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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A procura - a vida e o legado de um Homem

"Procuro um homem". Alguém arriscaria dizer que é conversa de mulher "encalhada". Outros poderiam pensar apenas em alguém na tentativa de encontrar uma certa pessoa. Saber para onde ela foi, aonde está, ou em qual cidade está residindo. Comum pensar dessa forma. Ao menos, o esperado. Mas não foi isso que Diógenes de Sínope quis dizer. Diógenes falava de honra, de honestidade, de esperança. Habitando um barril e vagando por todos os cantos com uma lamparina em mãos, à procura do "não", o filósofo costumava repetir a frase a quem lhe desse ouvidos: "Procuro um homem". Incompreendido. Era um indivíduo a frente do tempo. Não digo a frente de seu tempo, porque o legado de Diógenes percorreu séculos e mantém-se ainda a frente do tempo. Do nosso tempo.
Pelas ruas que percorria, só o que encontrava eram excessos, e fracassados. O senso comum, a coerção, as amarras. A isso tudo era preciso o "não". Mas quem proferiria tal palavra? Talvez alguns. Talvez, não. Alguns, com certeza, disseram, e dizem hoje. Mas nada mudou! "Rebelaram-se" contra as convenções sociais, declararam em público serem a oposição. Oposição ou "farinha do mesmo saco"? A esses, o desprezo de um pensador cínico.
Era preciso alguém capaz de honrar as palavras, e que as pusesse em prática. Não foi isso que ele encontrou. Ninguém compreendeu que não havia segredo. A essência era o próprio segredo.
Bom. Talvez o mundo seja "ultra-determinista". E nós, de fato, um produto dele. Não acha? Como poderia o homem ser bom se as instituições instauram leis manipuladas? O que me diz quanto à felicidade vendida? E quanto à verdade mascarada?
Seria possível, em meio à grande massa, alguém, alguma pessoa, renunciar a tudo que a prende? Aos costumes, ao bem material, aos valores sociais e à ética imoral? Crer em possibilidades tão ínfimas cabe somente à Esperança. Diógenes tentou. Procurou um homem. Quem sabe um dia, dentre tantos humanos, um homem dê sinal de vida. Não sejamos descrentes. Talvez, um dia, a lamparina de Diógenes se acenda. Talvez ela seja a tão famosa "luz no fim do túnel"."



Giovana da Rocha


Para saber mais a respeito de Diógenes de Sínope, recomendo: http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=30

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Hey!

Hello, friends. I'd like to say "thank you" to all the people who visited my page. In answer to some questions, my topics are all written by me. I'm glad you all appreciated my publications. Sorry for my delay. I have just found out a tool of spams, and your comments were in it. If you still visite me, send me your links because I can't find your pages only with its names, and i'd like so much to follow you all. I don't write regularly, only when inspiration comes. Hope you understand. Thanks for visiting. Giovana da Rocha

terça-feira, 23 de julho de 2013

Um mundo

Eu vivo num mundo
Num lugar bem diferente
Você talvez não o conheça,
Mas é bom preparar-se
Que ele um dia chega
E vem sem pedir licença
Espaçoso como qual,
Não perdoa ninguém
Esse mundo não é como o outro
Ele é surdo, cego, mudo e vazio
Nele, o Nada é somente quem vejo
Talvez seja porque ando tropeçando em reais
Ou porque, não mais que frequentemente,
Afogo-me nas ondas do Medo
 Perdida, fazer-me mártir
Creio que seja o melhor a ser feito
É que cansei-me
Cansei-me das oportunidades do crédito fácil
Cansei-me das facilidades
Das facilidades de um mundo liberal
Mundo liberal que é, no entanto, um tanto excludente
Eu vivo num mundo
Num lugar bem diferente
Eu vivo num mundo
Num mundo dormente

Giovana da Rocha

segunda-feira, 22 de julho de 2013

U.m; ho.m;e.m

Na escuridão solitária e fria, um homem sozinho
Uma solidão sem motivo aparente, de apenas vazio
E, no entanto, nota-se que ele não anda sozinho
Uma figura feminina se faz de companhia

Mas, nada disso condiz
Os gélidos olhos do homem escancaram uma alma perdida
Seus negros olhos refletem uma alma vazia

Um homem
Apenas isso

Por mais que ele ande acompanhado
É a Solidão quem lhe faz companhia












Giovana da Rocha


terça-feira, 16 de julho de 2013

Espirais

Daqui, do morro enevoado, pouco vejo. Forço os olhos. Tento acordar de um possível sonho. Uma tropa de soldados a marchar num ritmo lancinante e, ao mesmo tempo, apressado. Devaneios? Tudo tão lúcido que... hesito. Espere. Veja! Uma luz. Quer seja onde estou, o modo como a tropa se põe a correr é, no mínimo, bizarro. Magnânimo. Por todos os lados. Por todas as direções. Todos os  rumos. Homens. Soldados. Todos incrivelmente sincronizados. Alucinante! Meus olhos ardem. A mente confunde-se. Tudo tão estranho e... tão verdadeiro! Desgraça. Algo, alguém?! Ei! Alguém aí? Há quem possa me tirar daqui? Tremores. Tudo a tremer. Onde estou? Tão rápido. Tão abrupto! Pânico. Galhos, folhas, poeira, terra. Tudo girando. Uma força que leva. Que deforma. Definha. Os cabelos criam vida. Em cada fio, um gigante a despertar. E então a pouca força que tenho enceta a perecer. Não me pertenço, meu corpo foge de mim. Desconexa. Perdida. À busca. Céus! À busca de que? Não faço ideia. Cairiam bem algumas respostas. Controverso. Incerto. Desconhecido. Um mundo paralelo? Inapta para pensar. Um redemoinho. Aproxima-se. Corro. Em pânico. As pernas não resistem. O cansaço vence. Redemoinho se aproxima. Atormentante. Enfurecedor. Todos sugados! Eu e o que mais possa existir. Sugados. Hauridos por uma força que tudo leva. Adormeço. Inconsciente, o corpo parece estremecer. As vísceras bradam. A alma resiste. Sentidos enfraquecidos. O cheiro. Só sinto o cheiro. Envolvente. Alucinógeno. Os soldados? Onde estariam? Outra dimensão. A essência. Aqui, a névoa é sufocante. Fizeram-me da desgraça uma amiga. Aliada. Companheira. Cenário em mudanças. Cárceres. Avisto cárceres. Grades. Jaulas. Almas. Almas perdidas. E eu. Repugnante. Repulsivo! Tudo tão excessivo... O cheiro é parte de mim. Acostumei-me a ele. Envolvente! Simplesmente fascinante. Olhe! Ventos fortes se aproximam. Árvores caindo. Galhos voando. O vento me alcança. Tenho minhas dúvidas. Agonia. Serei eu capaz? Sobreviverei? Me poupe, querida. Ensandeceu? E isso aqui por um acaso é vida? Pequena imbecil. Os lábios tremem. Calafrios. Ardores. Arrastada para rumo algum. O cheiro persiste. Está em tudo. Quem dera pudesse eu defini-lo. Ao menos entendê-lo. Agora os ventos diminuem a velocidade. A mente, caótica, tenta entender do que se trata. O que estaria por trás disso? Avisto luzes. Luzes de todas as cores pairando. Estupendo! Ao fundo posso ver homens vestindo ternos, gravatas, chapéus. Tudo preto. Semblantes sombrios. Andam num ritmo silencioso. Instrumentos por todos os cantos. Harpas que voam. Irrequietas flautas transversais. Bem ao meu lado, um órgão. Um imenso órgão. Uma sinfonia de instrumentos. Instrumentos que não precisam de músicos! Macabro. A música? Não sei. De certo, uma melodia fúnebre. Voltemos aos homens. Para cada uma de suas mãos, uma mulher. Juntos, caminham até uma estreita porta dourada. Cor de ouro. Abeirando-a, vestem as damas com mantas. Olhos irritados. Não enxergo muito bem. O que fazem depois? Não sei.Vermelhas. É isso! São vermelhas... as mantas. Espere um pouco. Ei! De quem são essas mãos? Pare com isso! Tire essas mãos imundas de mim! Não! Sujeitinho endiabrado! Espere. Por que me prendeu? Volte aqui! Sono. Que sonolência inconveniente! Bem agora... Ei! Ainda não esqueci que me prendeu aqui, viu?! Dormi. Acabo de acordar. Incapaz de estimar o tempo que passei inconsciente. Estranho. Tudo ainda mais confuso. Quem são esses homens? O que fazem aqui? E quanto a mim? Paciência. Pense. Pense. É isso! Os cárceres. Trancafiaram-me em um deles. O que fazer? Corro por todos os lados. Chuto. Brado. Grito. AAAAAAAHHHHH! Marasmo horrendo! A cada instante, uma dose a menos de lucidez! Não estou bem. Gritos ecoam. Aparvalhada. Não consigo distinguir de onde vem. Grito feminino. De dor. Espirais rotatórios. Crescem. Expandem-se. Me deixo levar. Nostalgia. Paixão. Medo. Encanto. Ódio. Loucura. Espirais tomam conta de mim. E tudo desaparece. Quanto tempo se foi? Não se pergunte. A dúvida é minha. Só sei que caminho. Marcho. Ao meu lado, alguém. O cheiro me envolve. Embala. Marcho por vontades profanas. A mando de quem. De não sei quem. Do alto, tempestade cai. Raios em mim. Nexo algum. Conhecendo um mundo. Um universo em hemorragia. Não há pânico. Me desconheço. Tormentas. Apenas isso. A porta dourada se abre para mim. Eu me abro para ela. Nudez. Alma nua. Meu corpo veste vermelho. A manta vermelha. E o cheiro que fascina.

Giovana da Rocha














quarta-feira, 26 de junho de 2013

A vida se faz sombria quando o dia anoitece. O coração acelera quando a alegria está prestes a findar. Os ânimos sufocam toda vez que se vai algo bom. As razões se perdem quando o coração clama. A mente disputa com ele, e a alma se confunde. Desconheço o que destino espera de mim. Sem rumo, estou aqui. Os pensamentos, um tanto dispersos, ali. Caminhos tortuosos, e a lógica que mudou de time. Eu, repleta de tudo, que carrego um coração tão cheio de nada.
Giovana da Rocha

domingo, 23 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

Amor Vira-lata

Uma cadelinha feia, porém graciosa. Talvez mais um dos cães que, por onde passam, exibem fome.

                                  
Naquela tarde -se não me engano, uma quinta-feira após a quarta-feira de cinzas- , saí antes para o serviço. Na calçada de casa repousava a pequenina. Pude sentir como aquele pobre e tísico animal clamava minha presença, a implorar um mínimo de atenção. Sentei-me então a seu lado enquanto aqueles olhos de vira-lata me diziam muito. Naquela incredulidade que só os animais têm, eu a via em tamanho estado de agonia que era possível ouvir gritos de dor. Acho que tudo não se passava de um protesto silencioso dos que berram escancaradamente onde ninguém faz questão de ouvir. Confesso que pouco conhecia da pobre: só o que sabia é que esta apareceu há alguns meses na vizinhança. Sabia também que é de seu costume, todas as tardes, passar bom tempo fronte à minha casa. Quando a noite cai, se eu não saio de casa e a levo um pedaço de pão, ela se põe a uivar até que, me dando por vencido, atendo aos seus pedidos.
Algo, no entanto, me tem consumido: me incomoda notar que se desenvolve em mim certo tipo de zelo crescente que é, ao mesmo tempo, tão imbecil por um animal tão... estúpido!
Foi ao parar para ver o horário, que os ponteiros me desesperaram: eu estava atrasado. Passei, então, dias a planejar algo que me solucionasse os problemas. Eu não queria(nem nunca desejei) o mal daquela cachorra. Solteiro, 41 anos, viúvo. Não seria má ideia fazer daquele cão uma companhia para mim. Não se eu fosse menos eu. Acontece que está surgindo um repúdio, ódio tolo, por aquele bicho. Sempre incomodaram-me pessoas que mendigam atenção, todos aqueles que demonstram dependência. E eu era agora um contraditório homem de 41 anos que passa dias e noites com a mente atormentada de tanto pensar em uma cachorra de rua!
Em algum sábado de "tempos novembrinos", quando meu sobrinho passava as férias em casa, fui ao mercado. Ao abrir a porta da frente, notei que na sala de estar a cachorra repousava sobre uma caixa de papelão forrada com o meu tapete persa. Em primeira instância, a vontade foi de mandar de volta para São Paulo aquele pirralho sem miolos! Garotinho atrevido... Mas, como disse em algumas linhas atrás, já não me sinto mais aquele João Garcia, o amargurado rude homem de Nova Granada. Passaram-se 7 dias, e o garoto, que fazia questão de tomar conta da cachorra, banhava-a. Toda vez que voltava do serviço, era recepcionado por alegres pulos. Ao invés de pão amanhecido, a cachorra alimentava-se da comida preparada para nossas refeições. O incômodo persistia, mas me sentia incapaz de reverter o quadro. Meu sobrinho, aquele garoto com quem nunca consegui trocar muito afeto, pediu, pela primeira vez, para ficar mais tempo em casa. Isso era algo a ser, no mínimo, levado em consideração.
O menino passou mais uma semana comigo, depois foi-se embora com meu irmão. Fiquei mais uns dias com a cachorra, continuei a alimentá-la. No entanto, cansei-me. Sim, dei um fim na cachorra. No jantar da noite passada, a refeição foi especial: um generoso pedaço de filé recheado com cacos de vidro. A noite, confesso, não foi das melhores. Os gritos me incomodavam. Até senti certo remorso. Mas foi só tapar os ouvidos com algodão que, ao cerrar os olhos, eu já dormia.

Giovana da Rocha

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Um dia pensei em fazer-te uma canção de amor, mas aí lembrei-me de que não sei cantar. Então pensei em jurar-te amor, mas nada feito. Posso tentar, pois sei que somente aos loucos cabe a arte de amar.
Giovana da Rocha

terça-feira, 7 de maio de 2013

Às Avessas

Todos os mesquinhos,
Aqueles que me querem mal,
Tomarão um caminho.
Eu caminhão!
Giovana da Rocha

terça-feira, 30 de abril de 2013

domingo, 28 de abril de 2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Nascer de Novo

Eu poderia ter perdido uma das minhas razões para viver, mas foi nesse risco que saí ganhando. Não poderia deixar passar em branco a renascença que eu e minha família vivenciamos. Estou muito feliz e acho que dando muito mais valor àquele alguém que passou a vida se dedicando a mim e ontem viu a morte de perto. Pai, palavra tão linda, tão cheia de sentimentos enovelados... De pensar que eu hoje seria uma filha sem pai, meu coração dói e não me sinto capaz de conter o choro. Mas eis que me coloco a pensar: como poderia uma pessoa após tão grave acidente deixar o carro completamente destruído estando ela com apenas um arranhão? Deus? Ou só um caso de tremenda sorte? Não sei... só acho que certas coisas na vida vêm para nos renovar, mudar valores, acordar para a vida. Pois é, eu hoje me sinto muito mais eu, bem mais real. Essa tal de vida vem sempre para nos surpreender, e trazer novos horizontes... Engraçado, mas hoje mudei minha definição: me considero uma quase órfã de pai que, após o milagre dos três capotes e um arranhão, ganhou um pai novinho em folha!

Giovana da Rocha

domingo, 14 de abril de 2013

O Ritual

Sete velas, cianureto, incensos, o punhal, uma toalha vermelha, um cálice e o castiçal. Estava tudo perfeito. As teias e o pó que encobriam os móveis davam maior caracterização ao palco principal. Só me faltava a essência. Não, meu caro, não se trata de perfumes. O que me falta são as vísceras, o sangue. A vítima de hoje é a sedução, é o rostinho bonito e malicioso das boas amantes. Ninguém melhor do que alguém bem parecido com aquela pessoa que o pisou, apunhalou pelas costas e ainda saiu por cima, não é mesmo? Pois bem. Eu sou o humano reduzido a instintos animais, meu combustível é o ódio dos humilhados. Apenas espere um pouco. Segure as pontas que vou vestir-me e colocar um capuz........................ Pronto! Creio que você está imaginando da forma correta.  De fato, não me difiro da quase totalidade dos vilões que já acostumaste a ver nos filmes clichês de Hollywood. Peço-vos desculpas, que a criatividade não me está das melhores. Bom, agora é esperar que a meia-noite chegue. Me agradam horários, cuido que tudo seja programado. 23:58......... 23:59.........................................................................................FÚRIAAA! Ódio, rancor, desgraça! Que desçam todos sobre mim! Que o fogo das trevas me ilumine, que os olhos da perdição passem a me guiar! Vamos, apresse-se desgraçado leitor! Ou estavas a pensar que eu iria mesmo sozinho? Ótimo. As luzes que vejo no sentido sul me dão tudo a crer que se trata de festa na boate ASSKILL! Ahhh, o veneno escorre. Nostalgia é o que me vem. Perfeito, perfeito, perfeito. Parece-me que foi ontem quando Julieta, aquela imbecil de longos e  louros cabelos, negou-me o pedido de namoro que a fiz, publicamente, naquele palco enquanto tocava Elvis e Beatles. Os risos e zombamentos ainda ecoam em meus ouvidos... sou do tipo de pessoa que nada esquece. Pois agora tudo está premeditado, e eu me sinto pronto, perfeitamente bem. É necessário o mundo entender que a maldade não é explícita, que os bons se cansam. Paremos de enrolação que cá estamos em frente a boate. Preciso -urgentemente- controlar as emoções, que em horas como esta quem comanda é o sangue frio. Do meu agrado muito são as mortes silenciosas com tudo conforme o estabelecido. Pois bem. Acabemos com todo o mistério, que não se trata de conto de Agatha Christie. Precisamos de 3 vítimas, 3 belas, arrogantes e cheirosas mulheres... 3 Julietas! Céus, como é fácil conquistar um posto na sociedade... ha ha ha! Nem preciso me foi aguardar na fila. Os seguranças sabem que se trata de Ricardo Jhenny, dono da maior agência de modelos da capital. Pois vamos, caro leitor, que já são horas! Você entra comigo, que o espetáculo não há de tardar. Agora, selecionemos as garotas, que é o pouco que me falta. Que tal um convite? Não seria má ideia ser escolhida pelo dono de uma das melhores agências do país. Simples, muito simples! Estás bem trajado? Ajeite a gravata. Porte-se bem, que segurança de Jhenny precisa de tudo "nos trinques". O que achaste da bela ruiva em trajes azuis? Vejo nesta a arrogância dos que pensam ser os donos do mundo. Típica característica "à lá Julieta". Bom... muito bom! Ei, dê-me um drink, por favor, que a noite há de ser única. Hummm, desta o cheiro conheço bem... deve o pai ter muito suado para comprá-lo. Ou é daquelas que fazem de seus homens mercadores que as abastecem com futilidades. Digno. Uma bela pretensiosa desfilando com seu perfume CH. Espere, que a última faço questão de bem escolher. Ah, pena que a graça não é tanta... pena que em  habitat de seres imorais fácil é encontrar o tipo de pessoa que buscamos. Mas, amigo leitor, esta, a última, é como ansiava... linda! Reluzente a enxergar apenas a própria figura, a desfilar no palco de uma hipócrita plateia, por todos aplaudida inutilmente. Não haveria de ser mais perfeito, jamais sequer imaginei que facilmente encontraria loira tão bela e fresca como minha Julieta! Podes chamar-me do que quiserdes, que de louco sei que tenho muito. Inevitável me foi que quando adquiri ascensão social não procurasse Julieta. Tolinha que era, sua morte custou um passeio de Eldorado e duas doses de Vinho do Porto. Creio que as relações estejam estabelecidas, ou ao menos possibilitadas. Leitor, meu companheiro, fomos um tremendo sucesso. Nossas três Julietas, conforme o esperado, aceitaram o convite, tão iludidas quanto a primogênita. Um breve passeio de Cadillac e chegávamos todos no cenário. Desesperadas e desenganadas de si. Muito me divirto agora ao vê-las em apuros, no pânico que sentem as lebres capturadas por seus predadores. Serei hoje, somente por esta noite, o lobo sedutor que cinicamente atrai incrédulas lebres. Não podíamos dar alarde. Então, tratamos de silenciá-las com nada mais e nada menos que algo que as fizesse calar. Talvez não tenhas notado que ainda não tratei da morte de minha querida. Pois aqui atesto: Julieta Queiroz morreu na madrugada no dia 04/10/88 por elevada concentração de cianureto no sangue. Convenhamos que inverossímeis são as chances de suicídio. Estás agora a experienciar algo talvez inédito em vossa vida, e isso com certeza merece um brinde! Bom, deixemos-lo para mais tarde que já muito me exacerbei em digressões. Em suma, vossa companhia agora é um dono de sujas mãos. Acontece que não costumo ser daqueles que facilmente desvinculam-se dos seus. Eu necessitava de algo que me fizesse recordá-la, logo cuidei de coletar e guardar boa dose de seu sangue. Carreguei-as ainda inconscientes até o centro da sala, e repousei cada uma em sua respectiva poltrona. No assento central, a bela loura, a mais Julieta de todas. À esquerda e direita, respectivamente, a ruiva e a morena. Sete velas postas no castiçal. Incensos e velas já acesos. Vinil de Carmina Burana para melhor caracterização. Para o brinde, Vinho do Porto. Falta-me agora a essência. Resta-me agora o sangue que se fará vinho. Cuidei de reservar a ti, benévolo amigo, a  poltrona que resta para que assistas, à vontade, ao ritual que em instantes há de começar. Apague as luzes, que as Belas estão a acordar! Brindemos todos, que é o melhor a ser feito. Vinho do Porto, com generosas doses de cianureto às minhas Julietas Adormecidas. E contigo, meu companheiro, hei de brindar o deleite de apreciar o marco de tantas vidas! No ar, o cheiro de incenso. No cálice, o sangue de Joana Queiroz e, nas poltronas, Joanas adormecidas. Com o cálice e o sangue, cá estou a brindar a Glória Terrena que custou-me a conquistar.  Para evitar maiores problemas, para que de arrependimento eu não me corroa, é com este punhal que agora me silencio. Glorificado e justiça feita, encerro feito Hércule Poirot, ao som de Carmina Burana.

Giovana da Rocha

quarta-feira, 6 de março de 2013

Just give love to the enemies, just offer flowers to those who always come with gun.

Giovana da Rocha

sexta-feira, 1 de março de 2013

SONETO ÁRCADE

Verde Paz

Vejo vida em ti, ó mar profundo
Nos montes, calmaria para o mundo
E em teus verdes olhos, donzela,
A natureza se faz mais bela

Na cidade o encanto é breve, se desfaz
Lá no ürbano tudo é impuro e tenaz
Foi preciso no campo buscar refúgio
Para da loucura vós fazer-me sóbrio

Arando a fofa terra e guiando ovelhas,
Longe da capital, de tantas riquezas
Agradeço-me pela sorte do campo

E enquanto eu sei que muitos padecem
Vivendo em meio a raiva que enlouquece
Aqui não vivencio os males do mundo

Giovana da Rocha

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Nenhuma luz acesa. Meia-noite de domingo. Na rua, o silêncio de um enterro. Em meu quarto, a tristeza de mil legiões em luto. Não me restava muito. Apenas alguns móveis de madeira velha, o colchão, e algumas cartas de um passado remoto. Ás vezes, algum ânimo me aparecia. Então eu acendia a vela que ficava no canto esquerdo do criado-mudo. Não era preciso adivinhar: quando me dava conta já estava ajoelhado sobre o restos de um assoalho devorado por cupins. À minha frente, as cartas. Cartas de um amor desmerecido. Eram lembranças de uma vida ainda cheia de luz. O cheiro da minha querida permanecia bem vivo, diferentemente de mim. Era bom lê-las. Me sentia aquele menino apaixonado pela garota mais linda do colégio. Mas a fúria me vinha quando podia menos esperar. Era a não aceitação da minha condição. Eu estava pálido, fétido, mal vestido, com dentes careados e uma barba de se confundir com um estranho emaranhado de linhas sujas. A esperança havia me abandonado e eu não queria ver a luz do dia. Eu estava sozinho e mal podia esperar pelo meu enterro. Seria a libertação de uma alma infeliz. Sim, eu estaria livre e não precisaria mais sofrer. Parentes e velhos amigos talvez apareceriam, e seria visto pelo menos uma vez na vida como protagonista de alguma cena. Não seria má ideia. Muitas noites aqui permaneci, e até agora só quem vejo são ratos, baratas e cupins de um lugar quase sem vida. As teias de aranha me sufocam, e minhas narinas mal podem respirar em lugar tão empoeirado. Acho que vou até a cozinha. Lá tem algo que me pode ser bem útil. Luzes, me faltam luzes. Tropeço por todos os cantos. Assim não posso encontrar nada. Vou voltar, e pegar a vela. Assim eu fiz, caminhei até o armário, e encontrei sem muita dificuldade, o objeto de maior valor para mim naquele momento. A faca. Sim, uma faca velha e enferrujada, mas muito boa no corte. As luzes da esperança voltaram-se, eu sentia as emoções correndo por minhas veias sujas, era uma amargura real, e eu me sentia por completo. Caminhei junto dela, e nos dirigimos até o centro da sala principal. Não haveria palco melhor para um momento tão... perfeito. Era ali, e eu sabia. Aquele era o lugar em que eu abriria as portas para uma vida menos infeliz. Acabo de cravá-la em meu peito. Este sofrimento me parece tão real, que mal posso imaginar que estou vivendo meus últimos segundos. Ah, antes que eu vá, gostaria de lhe dizer que não a esqueci por um segundo. Guardei as cartas, todas as cartas. Bom, sinto que meu sangue se escassa e estou certo de que o tempo é agora bem curto. Até as luzes da treva. Até um dia. Não se entristeça. Estou bem. Estou triunfando como nunca em toda esta inútil vida ..

Giovana da Rocha

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Conto - V

Frederico Costa era vendedor de frutas e hortaliças na tenda amarela, a mais atraente e bem organizada da rua Antônio Dias. Naquela segunda-feira, em especial, estava sem seu avental. Frederico não estava trabalhando. Estava dedicando-se à um caso especial: queria encontrar a dona de um caderno que havia achado em meio as suas coisas velhas, guardadas no porão. Era um caderno de couro gasto, provavelmente de muitos anos atrás, fechado por uma fita de cetim rosa, que formava um belo e delicado laço. Dentro dele, lindos poemas, todos assinados com um nome desconhecido, de mulher. Encantou-se lendo-os. Tratava-se de belas histórias de amor, todas escritas com caneta-tinteiro, por uma dona de graciosas letras. Naquele dia, Frederico havia lido o último poema e, estava certo de que desejava encontrar Maria da Cruz. Pegou uma lista telefônica da época que ainda vivia em São Paulo, e começou a procurar pela dona dos belos poemas. Mas, não seria fácil, muitas Maria da Cruz foram encontradas. Ligou então para muitas delas, perguntando se possuíam uma velha agenda de couro com poemas escritos e assinados com seus nomes. Isso custou-lhe um mês e treze dias ligando para as possíveis donas da agenda de couro. Todas se negavam, algumas eram estúpidas, mandavam-no deixar de ser criança, e davam risada ao ouvi-lo contar sobre sua incansável busca pela Maria da Cruz, a escritora que inegavelmente havia conquistado seu coração. Foi naquela segunda-feira que conseguiu falar com um rapaz chamado Guto, que se dizia neto de uma das supostas Maria da Cruz. Ele pediu para conversar com ela, mas Guto disse que não seria possível. Sua avó estava debilitada, passando por um tratamento de câncer na Santa Casa de São Paulo. O garoto, simpático, prontificou-se a ajudar no que fosse possível e, quando Frederico falou sobre o caderno de couro com belos poemas, pôs-se a chorar. E então, disse: minha avó não consegue se esquecer daquele caderno, era um presente de meu falecido avô, que a presenteou dizendo: "Quero que escreva seus mais belos poemas aqui, pois um dia você será reconhecida. Tenho certeza disto, minha querida." Guto disse que seria um prazer recebê-lo em sua casa e que sua avó adoraria ter o caderno de volta em suas mãos.
Frederico mal podia crer que estava tão perto de conhecer Maria e entregar seu caderno. Foi ao banco, sacou suas economias, guardou o dinheiro no bolso e foi tomar um ônibus com destino à São Paulo. Com o endereço de Guto anotado, chegou na rodoviária. Pegou um táxi e, em meia hora estava na casa de sua adorável, ainda não conhecida, Maria. Apertou a campainha três vezes, mas não foi atendido. Foi naquele momento que um vizinho foi até Frederico e disse que Guto havia saído às pressas, em direção ao hospital. Não era preciso dizer... Frederico já imaginava que a sua Maria deveria estar passando por momentos difíceis e, prontamente decidiu ir até o hospital. Assim que desceu do carro, foi correndo até a recepção e pediu o número do quarto da senhora cujo nome era Maria da Cruz. Foi naquele momento, que um rapaz sentado na cadeira da recepção avistou sua figura segurando um caderno de couro na mão. Era Guto. Abraçaram-se fortemente, e o garoto disse que sua avó estava inconsciente. Frederico não podia acreditar. Ele queria poder conversar com a talentosa dona de um caderno que revelava uma forte, intensa e, ao mesmo tempo, delicada personalidade de mulher. O garoto levou-o até o quarto 307, onde Maria estava internada, e disse: pode ir até lá, deixe o caderno na cabeceira que depois o guardamos.
Seus olhos não se contiveram, Frederico estava a chorar. Sozinho, entrou no silencioso quarto, onde repousava uma inconsciente e bela senhora de bochechas rosadas com um bem cuidado cabelo branco. Como não soubesse de seu estado vegetativo, Frederico contou-a toda a história, disse como encontrou o caderno, mostrou-se eterno admirador de seus poemas. E, foi ao dizer que estava muito feliz em vê-la, que uma lágrima escorreu do olho de sua amada escritora. Frederico deu um beijo em seu alvo rosto e, feliz pela reação, foi às pressas chamar Guto. Enfermeiros e médicos foram até o quarto, e isso custou-lhe intermináveis 45 minutos. Com as cabeças baixas, a equipe médica deixou o quarto anunciando a morte de Maria da Cruz. Frederico passou aquele dia em São Paulo para assistir ao enterro de sua poeta. Depois de partir de volta para sua terra, jurou a si mesmo que faria Maria da Cruz ser reconhecida por seu inacreditável talento. Pediu ajuda a muitos amigos, aos fregueses ricos que frequentavam sua tenda. Em dois anos havia arrecadado quantia suficiente para ir até uma editora e publicar um livro com todos os seus poemas. Quando estava tudo certo e o livro estava pronto para ser lançado no mercado, ligou para Guto, para que fossem juntos celebrar o dia de sua publicação. Acolheu, dois dias depois, o rapaz em sua casa. Juntos, anunciaram a publicação do livro. Frederico ouviu aplausos emocionados de todo um bairro que admirava sua atitude. Maria haveria de estar feliz. Maria da Cruz estava agora eternizada num sonho que, ainda que tarde, se concretizou.

Giovana da Rocha

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Se me perguntares se a eternidade existe, direi que não sei. Agora se disseres que esta se chama amor, serei obrigada a concordar.
Giovana da Rocha

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cartas Finadas

Há dois meses que não mais recebo notícias. Ando com o coração apertado, com a mente inquieta, e a alma sem paz. Tento me lembrar ao certo quando é que foi que demos o último beijo. Isso é atormentador. Não dá para aceitar que nós, por meu medíocre ciúmes, nos despedimos brigados. Despedida? Nem isso tivemos. Você se foi, chamado pelo exército nacional para defender-nos da guerra. Eu estava na praça quando ele e os convocados passaram por mim. Não podíamos, nem tínhamos muito tempo para conversar. Você então me disse que ficaria bem, que assim que possível me enviaria cartas. Não pude continuar a falar, nem desejar-lhe boa sorte. Ele se afastara, e eu chorava. Na carta que recebi, você dizia estar fraco e com dores nas pernas. Foi então ao continuar lendo, que uma, ainda que fraca, luz me reavivou o coração: dizia que me amava, que eu era "a estrela, aquela que mais brilhava". Mesmo triste, por não estar de volta e os conflitos não terem se acalmado, eu sabia que estava bem, que estava vivo. Para mim, aquilo era um conforto. Mas hoje, precisamente hoje, isto me enlouquece. Passo noites acordada, e vou todas as manhãs até a banca ler o que está a falar sobre a guerra, nos jornais. Pergunto ao sargento aposentado, que mora perto da minha avó, se tem notícias dele, se sabe como está. Mas não, não me dizem nada. Ninguém sabe de nada. Apeguei-me a todos os santos, comecei novenas. Ajoelho-me no santuário que montei e, todas as noites, peço por você, por alguma notícia, por uma palavra que me tire do peito a angústia que sufoca. A vontade é de não fazer nada, de dormir e só acordar quando tudo tiver acabado. Eu então poderei abraçá-lo, dizer o quanto me sinto mal, que sinto muito. Às vezes, um eu te amo é o que mais precisamos. Mas, por que raios havia de existir guerra? O homem não sabe se resolver com dignidade? É preciso sacrificar almas, ferir tantos? Só queria meu  Luan aqui, comigo... Bom, deixe-me checar a caixa de correio, a esperança é a última que morre. Por Deus! Há aqui uma carta... só pode ser dele! Depressa, Juliana, abra logo isto! Peguei apressadamente uma faca e cortei o envelope: ah, esta não é do Luan... aqui diz sargento Marcio... estranho. Vejamos.... Não, não, não! Não pode ser verdade. Preciso acordar, que este só pode ser um sonho ruim, um pesadelo terrível! Com os últimos ataques da semana passada, aqui diz,  Luan foi atingido, ficou no hospital e............. na noite de domingo, se foi. Aqui dizem que... o corpo dele estará dentro de alguns dias de volta à cidade. Porto acaba de anunciar que não me quer mais aqui... o mundo me tirou as razões para viver. Eu tinha um amor, e ele se foi com a guerra. Argh! Malditos países, maldita seja toda essa desgraça! Maldita seja a rivalidade! Ele se foi, e não me esperou. "Contenha as lágrimas, não se deixe abater", é o que dizem. Mas não quero prolongar aquilo que me machuca, que tanto dói. É preciso estancar a dor, não há vida sem amor. É isso. Não há mais o que ser pensado! A vida me apunhalou e levou o que mais me valia. Agora sou eu quem segura a faca, e será minha a última punhalada! Não terminarei a carta, e nem será preciso... faço do sangue que escorre os últimos dizeres. Faço deste, o meu despedir.

Giovana da Rocha

domingo, 27 de janeiro de 2013

Ser Feliz com a Felicidade de Quem Ama

Esta noite não será mais como as outras, e eu já sabia disso. No coração, as dores da saudade. Nos olhos, a infelicidade que tentei conter, para que não transbordasse. É preciso dormir, me preparar para o primeiro dia de aula, para o ano que pode decidir meu futuro. Mas, não é assim tão fácil esquecer aquilo que sempre te fez viver. Não, viver não. Não sejamos românticos extremistas. Corrigindo: não é assim tão fácil esquecer aquilo que sempre te fez viver, MAIS FELIZ. Agora, restam as lembranças dos momentos, das risadas, de quando saíamos escondidos(atirem pedras os que nunca fizeram isto!). Então pus-me a pensar, a lembrar das brigas desnecessárias, dos ataques de ciúmes. O ser humano é mesmo mesquinho, egoísta. Ele pensa ser dono universal de quem tem asas, e que, a  qualquer momento vai se por a voar. É isto. Agora, eu vejo a necessidade de mudanças, de me adaptar com a distância. Pássaros não foram feitos para ficar aprisionados, vivendo em um mundo restritivo. Não, eles foram feitos para, mais do que existir, viver. Eles foram feitos para triunfar, atingir seus objetivos, conhecer novos caminhos, lugares. Pode ser que passem pela fome, pelas estações de seca, por momentos cujo maior auxilio é a vontade de sobreviver, de se sobressair, de vencer. Mas, na vida ninguém é feliz sem passar por isso. Lágrimas, há quem diga, não resolvem problemas, não oferecem soluções. Mas são a cura de uma alma ferida, são as melhores amigas de quem passa pela despedida. Espero que você seja feliz nessa nova trajetória, nesta mais nova vida. Lembre-se: pássaros foram feitos para voar, conhecer cada vez mais o mundo, indo o mais adiante que puderem. E isto é o que você está fazendo. Você está se preparando para vencer na vida, superar a mera condição daqueles que somente existem. Então, se der vontade de chorar, chore! Mas chore de felicidade, pois este rumo tem como destino um futuro brilhante! E, além do mais, quem disse que pássaros não voltam? Quem é que vive sem lembrar-se de suas raízes?  Eu estarei aqui. E, quando possível, é isso que você fará. Você verá que para o amor não há tempo, não há distância, não há sonho que o destrua. Bata suas asas, vá ser feliz! Porque quem aprende a amar, aprende a ser feliz com a felicidade de quem ama.

Giovana da Rocha

sábado, 26 de janeiro de 2013

A vida é curta e, no entanto, suficiente para o amor. O amor é enorme e cabe em tão reduzido espaço. Meu coração não é assim tão grande mas nele há sempre espaço.
Giovana da Rocha

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Conto da Despedida

Infância, adolescência, juventude, fim. Traumas, incompreensão, inveja, frustrações. Silêncio, revolta, prazeres momentâneos. Memórias atormentam, recordações vêm à tona. Neste mundo ninguém pensa mesmo em ninguém. Quem é que sabe ser grato? Amargura, solidão. Externamente, olhos lacrimejantes acompanhados de tristes linhas de expressão. No interior, hesito. Não se sabe ao certo o que ainda realmente flui, existe. Feridas, destruição, esquecimento. O eu não se reconhece mais tão bem. Falo agora de um conhecido em esquecimento. A inveja mata, o ódio sufoca. A vida é uma cilada, amigos não existem. É só você e seu mais intenso suportar. Sim, suportar. Viver não passa de existir suportando. Suportando calado aquilo que ouve, aquilo que vê, aquilo que passa. E então você tem um súbito anseio de mudar tudo. Fracasso. Os homens se condicionam a isso. Todos condicionados a serem iguais, injustos, vis. Com justiça é que não vem o sucesso. O mundo é sim dos espertos, é da ruindade, do cão. Bondade é mesmo tolice. Vingança, raiva, ódio, rancor. Sinto tudo o que há de ruim, de mal, de demoníaco. É um frenesi descompassado. Sou humano, não nego a raça. Vem, escárnio! Seja bem-vindo rancor, adentre-se cinismo! Abram alas, preparem os fogos. O triunfo é nosso, cães roedores! O sucesso é vosso, sanguessugas traidoras! Vamos sugar, esgotar as últimas doses de bondade. Vamos enlouquecer os sãos, ensandecer os deprimidos! Neste trajeto, a mão é única e todos caminham para destinos iguais. Hoje não mais vejo o mundo com aqueles olhos, com a pureza que não mais me condiciona. Sou mesmo infernal, sou filho do cão. Ora amigos, não tenham medo! A vida é uma desgraça que enquanto vivida pode até ter certa graça. Basta vivê-la, pisando nos frágeis, pondo fim às regras. Mundo, realidade. Acabas de conhecer o universo em que vivemos! Alimentam-se os fortes, sobrevivem os que sabem explorar. O triunfo é dos que invejam, dos que sabem humilhar. E hoje me sinto real, me sinto verdadeiro, existo no mal. Inferno foi sempre minha vida, e é nele que muitas vidas faço questão de arrastar. Feridas, ruínas, destruição! Então armas se apontam para diferentes direções, sentidos. Isso sim é viver. Não feche os olhos, pois estão todos prontos para te apunhalar. As facadas não tardam, os golpes hão de vir. Cedo ou tarde, você há de cair. O bem não sobrevive por muito longo tempo, o bem não sabe reinar. Caros amigos, um brinde à destruição e aos vícios! Um brinde à sagacidade, à imundice! Beijemo-nos, envolvemo-nos na orgia que alucina, no desejo de prazer! O gozo é fruto do pai, do cão. O gozo é pura tentação. Vamos, venham todos! Orgia, gozo, prazer. Viver é mesmo delicioso. Urram os machos, gemem as vadias. Para que mesmo é que eu estava aqui? Ah, desgraçado! Você é mesmo um perdido, já não satisfaz-se com o que o mundo oferece. O filho sempre torna à casa do pai! Isto, isto mesmo. A glória nunca termina na terra, ela eterniza-se no infinito, no sem fim. Para que temor? Para que o medo? O céu há muito tempo está desabitado, o paraíso perdeu-se no fogo do inferno! Vamos, quero todos comigo! São só alguns minutos, são poucos os segundos. Olhem, vejam! Falta pouco, muito pouco. Notemos que o fim se aproxima! Percebamos, amigos, que não somos eternos aprendizes. Nós estamos a dois ou três passos da escuridão!

Giovana da Rocha

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

My Portrait


Esse desenho foi feito pelo meu grande amigo Leonardo Fernandes. À você, meu muito obrigada. Eu realmente adorei!
A vida é o único desafio que nos desafia a desafiar nossa própria existência.

Giovana da Rocha

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

. II .

Quando sai à rua
Meus olhos avistaram-se a ti
Foi então ao mirar a lua
Que da minha vista te perdi

Ajoelhei-me e às estrelas pedi:
Valha-me Deus que eu o encontre
Novamente à minha fronte
Porque d'amores já quase morri

Que eu algum dia possa
Novamente encontrar
Aquele amor tão puro que senti

Que seja num barzinho a ouvir bossa
No dia que o bom Deus reservar
Inda que isso me custe viver à procura de ti

Giovana da Rocha

Go!

Abra mão do que te prende e dê asas à algo que o faça voar.

Giovana da Rocha

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

----------------------------- Épigramme ----------------------------

Levanta essa cabeça, aviva-te!
Enxuga as lágrimas, menina
Limpa a maquiagem que borrou
E vê se põe de volta o brilho no olhar
Pois tão lindos olhos não foram feitos para chorar

Giovana da Rocha

Ir e Vir

Você passa uma vida inteira em torno de certos ideais, de determinados valores. Aí, bem no meio do trajeto, se vê obrigado a mudar. E então percebe que não dá para ser feliz com tudo ao mesmo tempo. Você sai apagando tudo o que não valeu a pena, voltando atrás, correndo contra o tempo. A construção do eu verdadeiro não é assim tão fácil tarefa: é preciso escolhas certas e boa dose de maturidade.

Giovana da Rocha

sábado, 12 de janeiro de 2013

Viver é uma Superação

Lúcia acordou. Em instantes, já havia levantado, tido seu café-da-manhã, tomado um refrescante banho, despertado para a vida! Sim, ela sabia que não havia tempo a ser perdido. Ela era e, mais do que nunca, estava consciente de que cada segundo é uma preciosidade. Foi ao espelho, chorou por alguns minutos ao se lembrar com saudade dos cabelos que não mais tinha. Mas, para ela, isso não era o mais importante. O que valia era a superação. A cada dia, um dia a menos de luta. A cada dia, o fim da tempestade estava mais próximo. Lúcia tinha um novo dia de vida para agradecer. Com seu vestido mais lindo e uma maquiagem de invejar, era a mais linda flor de toda aquela primavera. Pegou a bicicleta e foi passear. Ela era agora uma pessoa transformada, que podia enxergar melhor o valor das coisas. O vento que vinha até sua face era um agradável acariciar divino. E quando descia da bicicleta para sentar-se sob as árvores, enxergava nas sombras um descanso para a vida. Guerreira, Lúcia sabia que viver é também sofrer. A garota sabia que a dor vem somente aos que podem suportar. Com todo o apoio de seus pais, as sessões de quimioterapia eram apenas difíceis momentos, mas que viriam seguidos por alegres conquistas. Naquela semana, estava dispensada do hospital. Lúcia tinha uma semana inteira para aprontar-se para a festa de formatura. Lojas, costureiras, vestidos, sapatos. A jovem estava ansiosa para aquela festa, e sabia que não poderia ir de qualquer jeito. Ao cabo daquela semana, o vestido estava comprado e os ajustes feitos. O sapato havia escolhido na véspera. Agora, só lhe faltava o presente que seu pai havia prometido lhe dar. Mas, ele ainda não havia chegado. Lúcia mal podia esperar para abri-lo. Foi então ao sair de seu banho, que olhou para a cama. Seus olhos não se contiveram, e pôs-se a chorar. Dentro da embalagem, deslumbrou-se ao ver o que havia dentro: um lindo anel de ouro e uma peruca. Mas aquela não era simplesmente uma peruca, era uma peruca com seus próprios cabelos... inclusive sua querida mexa rosa!!! Ainda em seu quarto, foi até o aparelho de som, colocou para tocar sua música preferida. Em alegres pulos e passos, dançava por todo o quarto com seu mais novo cabelo. Radiante, a garota mal podia acreditar. Não era preciso mais nada para ficar feliz. A cerimônia de entrega de diplomas foi maravilhosa, mas foi durante a apresentação do vídeo da turma, que Lúcia e os pais mais emocionaram-se. Os colegas haviam preparado uma linda homenagem à garota, mostrando que nunca a esqueceram durante os 6 meses que havia se ausentado. Para encerrar, não menos que incrivelmente, Rodrigo, sua antiga paixão de adolescência, subiu a longa escada. Ao chegar no palco principal, pegou o microfone e pôs-se a fazer uma declaração à jovem. No final, encerrou-a ajoelhando-se, com um pedido: aceita namorar comigo, Lúcia? A garota, timidamente, sorriu a ele e disse: sim! Como não tivessem mais tempo a ser perdido, ele rapidamente desceu a longa escadaria, já que a valsa estava para começar. Deram um longo abraço, seguido de um tímido beijo. E então o rapaz perguntou: Concede-me a honra desta dança? Não foi preciso responder. Lúcia puxou-o até o palco, e dançaram felizes a celebrar aquele lindo momento...  a celebrar aquele grande marco de suas vidas!

Giovana da Rocha

sábado, 5 de janeiro de 2013

A vida é uma pedra, e nós os escultores. Grandes estátuas não surgem de uma hora para a outra, são resultados de trabalho árduo com esforço e dedicação.

Giovana da Rocha

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Viver é uma aprendizagem em que conviver consigo mesmo é a mais nobre lição.

Giovana da Rocha

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Merry Christmas!

Que o Natal possa torná-los ainda mais felizes e repletos de realizações. Mas, é por meio deste, que venho também pedir um, ou quantos for preciso, minuto de silêncio por todos aqueles que se encontram em condições de miséria, pelas crianças que não conhecem os presentes do 'bom velhinho', por todos os que embora sem muito o que agradecer sabem o que é espírito natalino. Mais compreensão, carinho, amor, PARTILHA. Este é o Natal que desejo à todos vocês.

domingo, 23 de dezembro de 2012

A Morte é a Única Certeza

Pelas frestas da janela, raios de sol invadiam o quarto. O dia estava a surgir. Incomodados, meus olhos forçaram-se para abrir. Aquele era mais um dia de possibilidades. Prontifiquei-me para que levantasse com um pulo. Estava despertada para a vida e aquilo me fazia bem. Nenhum segundo podia ser perdido. A felicidade quando vem deve ser agarrada e vivida até o dia em que se vai. Eu sabia que aquilo tudo não seria para sempre, que um dia nos separaríamos, que as coisas não ficariam tão bem. Dancei, viajei, vivi. Aproveitei como se cada momento fosse o último. Aqui, agora, com todo o tempo e ausência do que fazer do mundo só o que faço é lembrar. Lembro-me de cada momento, dos sorrisos, dos beijos. Dói o coração pensar que vivemos juntos e que agora, meu parceiro é a solidão. A vida é traiçoeira, a onda que te trás boas coisas é a mesma que te leva tudo e um pouco mais. Sei lá, talvez seja esse o sentido de viver. Sobreviver dia mais dia, e preparar-se para as perdas. Nesse jogo, ninguém sai impune. Não há trapaças que resolvam os problemas nem jogada mestra que o faça vencer. Somos todos perdedores cujos finais são sempre os mesmos. Escravos desta, não escapamos sequer da morte.

Giovana da Rocha

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Love is a flower

Satisfaço-me com uma simples carícia, desde que vinda de alguém que me queira bem, que me deseje feliz. Não é preciso muito. Não lhe peço nada que dinheiro compre. Considero-me feita com um presente de amor. Para isso, é só procurar com carinho. Vá até um canteiro, pegue e me dê a mais meiga flor.

Giovana da Rocha
Na vida percebemos que não dependemos de ninguém, apenas de nós mesmos. Notamos que nem sempre aqueles que consideramos de grande valor nos dão devida importância... Mas, acima de tudo, são estes que nos mostram que para seguir em frente só é preciso se amar, confiar em si mesmo e prosseguir, não importa quem atrapalhe ou o que aconteça.  Levanta. Continua. Você está indo bem! Mas corra, porque o tempo.. Ah, o tempo... ele não para!

Giovana da Rocha

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

----------------------Um par de diamantes---------------------


Apareceu do nada,
Se revelando através da pessoa errada,
Disse amar sem saber,
Se apaixonar só por falar,
A cada dia, novas juras de amor a dizer,
Dizendo ela ser o que ele sempre desejara

Porém, foram estas as piores mentiras
Que seu coração já ouvira

Tão próximos, tão distantes
Infortúnios os impediram de se encontrar,
E o tempo o levou

Oh, pobre coração... como se magoou,
Como se enganou,
Como pôde acreditar que o príncipe dos sonhos desejaria
A pobre donzela, simples plebeia?
Que se apaixona,
Acredita num amor tão lindo quanto o seu...
Sendo que não há príncipes encantados,
A não ser em filmes, onde tudo termina feliz
Com os dois corações se refletindo,
Como os diamantes que acreditou existir


Mas, o coração ainda hoje pertence à ele,
Sendo servido à nobre rejeição
Que o cospe por não ser bom o suficiente


O príncipe? seguiu seu caminho, ignorando a plebéia
Assim como reis desfazem de seus súditos

Ele está dando uma festa em seu reino,
E a plebeia a chorar prantos incessantes em seu casebre,
Reza para seu Deus pedindo um outro par para seu diamante

Quem sabe um diamante plebeu...
Quem sabe de um bobo da corte?
Assim como ela: boba, que diverte o príncipe,
Fazendo-o rir junto com os convidados.

Plebéia


Giovana da Rocha

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

É difícil ser você numa sociedade que censura o diferente. É difícil encontrar alguém que valha a pena num agrupamento de valores distorcidos. É difícil sobreviver às infâmias e ciladas que a vida lhe impõe. Não é fácil manter-se em pé, quando o que mais querem é te ver caindo. Mas, somente o simples fato de assim se posicionar dispensa qualquer tipo de atitude que vise reconhecimento externo. Você se constrói naquilo que chamamos de interior, e lá, não haverá platéia para lhe aplaudir. Este sim, é um valor digno de lhe conceder o direito de acreditar; acreditar que da sua parte o melhor já foi feito, e que os alicerces estão perfeitos para a construção de um eu verdadeiro.

Giovana da Rocha

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Enlace

venha cá
e mostre que me merece
diz que sou sua querida
e minha tarefa será
amar-te pro resto da vida

Giovana da Rocha

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

High price

Nada vem no momento e da forma que ansiamos. Antes, esforço e suor. Depois, a colheita.

Giovana da Rocha

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Eu, para sempre eu

Sinto muito, muito mesmo. Não dá para deixar de ser essa louca esquecida assim, de uma hora para a outra.

Giovana da Rocha

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Infinito aprender

Quando na vida parece que não há mais nada a ser visto, notamos que apenas começamos a viver.

Giovana da Rocha

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Filha do Mar

Em passos largos andava sem rumo neste imenso Rio de Janeiro. Eu era vítima da vida, e quanto a isso nada podia fazer. Buscava um lugar que me fizesse ao menos por um tempo esquecer. Esquecer das mágoas, das pessoas, daquilo que me feria. Enquanto estava a correr, tropeçava e, muitas vezes caía. Com a voz rouca, fazia questão de gritar. Os gritos são a  libertação de uma alma infeliz. E esta não é uma noite qualquer. Eu quero e sei que é possível me libertar. Já é tarde e todos já se recolheram. Donas de casa estão tendo o descanso de um dia exaustivo. Os maridos recompõem energias para mais um dia de serviço. Os filhos, na certa, já dormiam desde bem antes. Eu e os sentimentos éramos os únicos. Um atormentado ser, a fúria, a revolta, o inconformismo. Situação como essa? Não, não é de se conformar. Por que deveria eu passar por isso? Me diga, gostaria de saber o porquê de tal sofrimento. Estou acorrentada e percebo que as chances estão cada vez mais escassas. Sou prisioneira de uma alma infeliz, insana, desesperada. Meu corpo, já sujo, veste uma velha e larga blusa de algodão, além de uma desbotada saia de chita. Os pés? Nada. É claro que não calçam nada. É preciso correr, fugir. Somente pés descalços se adaptam a isso. Dias? Meses? Há quanto tempo estou assim? Sem casa, de bolsos vazios, nada para comer. Há tanto venho sofrendo, que lembrar de mim mesma é raro. Acabo de notar que passo sede, fome. As pessoas só veem a si mesmas. Compaixão? O que é isso? O mundo é egoísta, sem fé. A esperança nada custará a morrer. É, não há mais nada a ser feito. O jeito é antecipar o que cedo ou tarde há de vir. É só caminhar um pouco mais, que será possível ouvir as marés. Lá encontrarei o meu conforto. Preocupo-me. Não sei se consigo chegar. As forças são poucas, os pés custam a andar. Sinto o peso da idade e de um corpo sem forças. Tento acreditar que pouco me falta para chegar em meu destino. Mar que refresca, meu berço querido! Ainda possuo esperança, sei que posso te encontrar. Mas, estás tão... longe. O coração cansa de bater. Minh'alma desiste de viver. Espera. Ouça, Mariana! As ondas, o mar. Corre! Só mais alguns passos e... Ah, areia carioca, és tão única. Acalma o corpo, tranquiliza a alma. Agora, é questão de tempo. As ondas hão de se aproximar. Esta é a minha certeza. Aqui, nada mais temo. A morte não me dá medo. Serei bem recebida, serei abraçada por este imenso mar de Copacabana.

Giovana da Rocha

domingo, 9 de dezembro de 2012

-------------------------------Saudade------------------------------

Saudade dos tempos, dos passos,
Dos dias que contigo passei

Saudade é dor que nasce
É dor que não se conforma
Sentimento de quem não aceita
Se lembrar de alguém
Que um dia foi muito
E que não se pode viver sem

Saudade é não poder olhar fundo nos olhos
Que te tiram os eixos e te perdem na alma

Saudade dos dias contados
Dos minutos que distante de ti
Me custavam a passar

Saudade do tempo
Que contigo os dias voavam
E as horas pareciam velozmente correr

Me faz falta aquela loucura boa
Que me estonteava
Que me tirava da vida
Que me punha a viver

Giovana da Rocha

Reflexos de Um Eu

E aonde quer que eu ia, estava certa de que a vida me acompanhava. Mesmo que embalasse os problemas, estes não me largavam. Eu sabia que enquanto caminhava, como pedras, nos problemas meus pés tropeçavam; como uma sombra a vida me perseguia. A cada tropeço, feridas no corpo, na alma, na vida. Silenciosa, ela não refletia nada além do que por mim um dia havia sido feito.

Giovana da Rocha

sábado, 8 de dezembro de 2012

Is it Me?

Contraditoriamente tão sã, tão louca. Discretamente apimentada, dona de um doce amargo existir.

Giovana da Rocha

Tire da solidão que assola, da vida que devora, este mero eu sem você.

Giovana da Rocha

Inevitável Desconhecer

Já era tarde, a cidade estava morta, a rua sem nada, a casa sem ninguém. A alma estava distante, meio que adormecida. Estava cansado de brigar com o sono, que tão cedo não viria. Na sala, um livro aberto, a xícara de café, o cansaço de uma vida, o sofá, um tédio que persistia. No relógio, ponteiros que corriam contra o tempo. Ia até o espelho e me olhava. Eu era vítima do tempo, da vida. Rugas e olheiras faziam parte de mim, e isso não dava para negar. Lembro-me até hoje do dia que o sofá daqui, desta sala, foi comprado. Era um grande sofá branco, com aconchegantes almofadas. O que hoje vejo não passa de um móvel encardido, sem um dos pés, com almofadas e encosto rasgados. Dói crer que todos caminhamos para um inevitável fim. Os passos. As lágrimas. Os sorrisos. Cada gesto, cada ação. Tudo está cada vez mais próximo do fim. Inesgotável, inevitável, incontrolável. Acabo de perceber que a vida aqui está para ser vivida. Começo um livro, mas não sei se termino. Construo sonhos, pensando se terão tempo de se concretizar. É incerto viver. Viemos para um mundo que não nos avisa o porquê e nem para quando o fim está traçado. A incerteza corrói e alucina o coração. Mas, isso é viver. Viver passa daquele mero existir. Viver ultrapassa qualquer explicação. Nascemos sem saber, crescemos aprendendo. Devemos correr do tempo, evitar os desperdícios. Não sabemos qual é o nosso tempo, se este pode ser poupado. Talvez a vida nos guardou um longo existir, com muito a ser visto, muito a ser admirado. Mas talvez este seja um de nossos últimos dias. Nossa história deve ser escrita um dia após o outro, com cada momento vivido nada mais e nada menos que essencial e maravilhoso.

Giovana da Rocha

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Conto - III

"Quando me dei conta, estava a pensar nas estrelas. Não conseguia me esquecer de seus brilhos. Era aconchegante repousar-me no chão do asfalto e ser abraçado pelo calor delas. O dia era bom, mas a noite me fascinava. Todo amanhecer era acompanhado pela expectativa louca para a chegada do anoitecer, que viria mais uma vez. Me sentia bem, eu sabia que a noite era a minha certeza. Ela nunca me abandonaria, ela estaria de volta todos os dias. No dia, as dores e sofrimentos de todo um mundo. Na noite, o esquecimento de toda uma infelicidade, a oportunidade de esquecer tudo." Pedro

   Ainda no tempo de brincar de pega-pega, esconde-esconde e pular corda, o bairro Volta Alegre era repleto de crianças felizes, adultos feitos e adoráveis idosos. Pedro saía da escola e ia direto para casa. Dona Lurdes já estava com o almoço pronto, a preparar um suco de laranja. Enquanto isso, seu Valdecir engraxava os sapatos, que usaria em mais um dia de serviço. Após o almoço, o garoto ia para as ruas, brincar com os amigos do bairro. Pedro ia até seu quarto, pegava a bola laranja, a corda e alguns carrinhos de mão. Com uma sacola, levava-os até a calçada, onde os amigos que estavam sentados esperando por Pedro, iriam brincar.
   À noite, chegava cansado, com os pés encardidos e a roupa suja de terra. Divertia-se tomando banho dentro do tanque de lavar roupas, limpando os pés com um escovão. Depois do jantar, a hora de dormir. Era o momento mais prazeroso do dia. Seu Valdecir deixava Pedro escolher um livro, contava uma história e contemplava a noite junto ao filho. E antes que este dormisse, dava-lhe um beijo, e dizia: "Filho, o amor do papai e da mamãe estará sempre contigo, ali na maior e mais brilhante estrela. Entre as Três Marias e do Cruzeiro do Sul." Então, o menino cerrava os olhos, satisfeito por aquele divertido dia, lembrando-se das estrelas que ele e o pai haviam visto através da janela.
   Divertidos foram seus seis anos de idade, época em que ainda não tinha muito com o que se preocupar.
Mas, exatamente há dois anos, Pedro não mais vê seus pais. Lurdes e Valdecir desapareceram, provavelmente em um acidente, quando voltavam de um passeio em Juazeiro. A notícia abalou o coração do menino, e Pedro passou dias e noites a chorar. Seu único parente próximo era um tio, que o acolheu por quinze dias em sua casa. Mas o homem não queria tornar-se responsável pelo garoto. Pedro foi então levado para o orfanato Recanto da Paz. Lá ele viveu até completar a maioridade. Em doze anos, nunca se esquecera das noites que dormia ouvindo histórias contadas pelo pai. Nunca se esqueceu de olhar as estrelas e encontrar a mais bela e brilhante, a estrela de seus pais.
   Foram anos sofridos, vividos ao lado de garotos como ele: sem pai, sem mãe, sem muito amor.
Com dezesseis anos, Pedro conheceu Luiza, uma garota que havia perdido a mãe há cerca de um mês. Luiza era menina de um corpo esguio, cabelos loiros e olhos verdes. Revoltada com a vida e a situação, passou dias em sua cama, evitando conversa com todos que tentavam se aproximar.
   Após alguns dias, depois de pegar sua bandeja com a refeição do almoço, ao virar-se para se sentar, esbarrou em Pedro. A garota não se conteve. Com uma expressão divertida ao vê-lo encoberto por macarrões e molho, soltou uma gargalhada. Quando se deram conta, estavam a rir juntos. Naquele dia, Pedro e Luiza almoçaram juntos e, a partir de então, tornaram-se amigos, parceiros em tudo. Na virada de um sábado para domingo, esperaram todos dormirem. Pularam a janela de seus quartos e se encontraram no jardim da frente. Deitaram juntos no gramado, e Pedro pôs-se a contar sobre seus pais, a dizer sobre as estrelas. A garota o ouvia com toda a atenção, ao passo que trocavam alguns olhares perdidos. Deram-se as mãos. Pedro envolveu Luiza em seus braços. Quietos, com olhares fixos, os dois se descobriam. Não tardaria muito para perceberem que estavam apaixonados. A noite passou e Luiza dormira em seus braços. Ao amanhecer, acordou assustada. Deu um tímido beijo em Pedro, que ainda dormia, e saiu correndo. A partir de então, todos os dias eram dias de fugir para encontrar-se a noite, deitar no gramado, trocar carinhos e beijos.
   Pedro e Luiza completaram dezoito anos e estavam livres para a vida. Andaram juntos até a noite cair. Deitaram-se no asfalto, olharam-se por um momento. Pedro se levantou e pediu para Luiza esperar. Em pouco tempo, estava de volta. Na mão, uma rosa roubada. No coração, os mais sinceros sentimentos. Pedro sabia o que iria fazer. Esperou o anoitecer para que com o brilho da noite, fossem abençoados pela estrela de seus pais. Pediu Luiza em namoro. A jovem, com uma certeza de mulher, respondeu: "Sim, Pedro. Serei sua mulher, e você o meu homem." Declarados um só, no calor dos corpos e no brilho da noite, celebraram um infinito e eterno amor. Pedro e Luiza celebraram uma longa noite que não iria acabar.

Giovana da Rocha


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

. I .


E percebi
Que uma pessoa sem tristezas
Não é capaz de encontrar suas grandezas na simplicidade

E aprendi
Que em uma vida feita somente de alegrias
Não se sabe o que é aprender a partir da infelicidade

Percebi que uma vida sem inimigos
Não ensina a ninguém a arte de lidar com as pessoas

Pois a vida é feita de momentos,
De risos, de choros

Pois a vida é feita de sonhos
Felicidades, desapontamentos
Desamores, amores
Alegrias e dores

Giovana da Rocha
Caráter todos têm. Alguns usam, a maioria não.

Giovana da Rocha
O segredo está em transformar as dificuldades em uma forma de se fortalecer.

Giovana da Rocha
Uma frase sem inspiração é uma carta sem receptor, um coração sem amor, uma obra sem autor.

Giovana da Rocha

terça-feira, 4 de dezembro de 2012


Quando viver significar estar vivo pelo próximo, espero ainda estar viva, e que este dia esteja próximo.

Giovana da Rocha

Epifania

Persistir, tropeçar, cair, encarar, levantar, erguer a cabeça, sorrir, e prosseguir.

Giovana da Rocha
Não existem maus e bons, apenas fracos e fortes.

Giovana da Rocha
Viver não passa de um instante que começa e, quando atinge seu ápice, termina.

Giovana da Rocha

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Coletênea de Frases 2009/10


"Enfim, abro os olhos, levanto a cabeça, avisto os caminhos... e na fé procuro por um que não me deixe assim tão evidente, que não me deixe tão eu, tão louca..."
"Não dá para chegar e dizer 'vou na fé seguindo ambas as estradas'. Ou é tudo, ou nada."
"De nada adianta buscar entendimento daquilo que não pode ser compreendido, apenas entenda que na vida nem tudo faz sentido"
"E ainda assim serei sua, mesmo que meu coração nunca te possua."
"Que um dia reconheçam minha grandeza interior, e não o título que a boca dos outros é capaz de por. Que um dia vejam que o tempo todo não tive a moral como uma ferramenta de trabalho, e sim como algo a ser pego, amassado, jogado no lixo e descartado."
"Hoje parei para pensar em nós dois e percebi que não importa o que aconteça, pois aconteça o que acontecer você não sai da minha cabeça."

"Antes não ter dinheiro que ser pobre de espírito,
Antes ser burro que ter inteligência e não saber usá-la
Antes levar uma vida sofrida que uma vida fácil trilhada pelo mal caminho
Antes viver sem pés do que usá-los para seguir a estrada errada,
Antes ser muda que usar da voz como uma arma para anunciar blasfêmias,
Antes não ser reconhecido, que ser popular e viver não sendo verdadeiro.
Antes com os olhos não conseguir enxergar, que tê-los e ainda assim não enxergar
Antes não ser tudo o que você está sempre a desejar, que deixar de ser eu mesma somente para te agradar!"


Giovana da Rocha

Na sua ausência, viver é um não existir

Talvez o melhor seria não ter te conhecido, ou ao menos não o ter encontrado. O caminho é tortuoso, cheio de atalhos e destinos, e tive que, bem em um desses, te encontrar. Não é ingratidão, nem desprezo, muito menos raiva. Apenas acredito que eu hoje estaria mais feliz sem saber quem é você, ou o que meu coração vem passando. Não é bom viver sem uma paixão que o faça voar, ir até as nuvens e percorrer o mundo em menos de um segundo. Mas, dói saber que um dia você pôde fazer tudo isso e que a partir de hoje não mais fará. Dói menos a incerteza das possibilidades do que a certeza do impossível. Não era a minha intenção lhe dizer, muito menos me sujeitar a isso. Mas, é inevitável a certeza de que sou dependente, e ainda mais certo que o meu vício só poderia ser você. Preciso de cura imediata, preciso de algo que me conforte. Não dá para continuar assim. Não posso deixar você partir, se na sua ausência sou apenas pedaços de um eu solitário, pedaços de um eu dependente. Não posso deixar você partir, se sem você sou apenas pedaços de uma alma infeliz.

Giovana da Rocha

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Conto - II


Nenhuma luz acesa. Meia-noite de domingo. Na rua, o silêncio de um enterro. Em meu quarto, a tristeza de mil legiões em luto. Não me restava muito. Apenas alguns móveis de madeira velha, o colchão, e algumas cartas de um passado remoto. Ás vezes, algum ânimo me aparecia. Então, eu acendia a vela que ficava no canto esquerdo do criado-mudo. Não era preciso adivinhar, quando me dava conta, já estava ajoelhado sobre o restos de um assoalho devorado por cupins. À minha frente, as cartas. Cartas de um amor desmerecido. Eram lembranças de uma vida ainda cheia de luz. O cheiro da minha querida, permanecia bem vivo, diferentemente de mim. Era bom lê-las. Me sentia aquele menino apaixonado pela garota mais linda do colégio. Mas a fúria me vinha quando podia menos esperar. Era a não aceitação da minha condição. Eu estava pálido, fétido, mal vestido, com dentes careados e uma barba de se confundir com um estranho emaranhado de linhas sujas. A esperança havia me abandonado e eu não queria ver a luz do dia. Eu estava sozinho e mal podia esperar pelo meu enterro. Seria a libertação de uma alma infeliz. Sim, eu estaria livre e não precisaria mais sofrer. Parentes e velhos amigos talvez apareceriam, e seria visto pelo menos uma vez na vida como protagonista de alguma cena. Não seria má ideia. Muitas noites aqui permaneci, e até agora só quem vejo são ratos, baratas e cupins de um lugar quase sem vida. As teias de aranha me sufocam, e minhas narinas mal podem respirar em lugar tão empoeirado. Acho que vou até a cozinha. Lá tem algo que me pode ser bem útil. Luzes, me faltam luzes. Tropeço por todos os cantos. Assim não posso encontrar nada. Vou voltar, e pegar a vela. Assim eu fiz, caminhei até o armário, e encontrei sem muita dificuldade, o objeto de maior valor para mim naquele momento. A faca. Sim, uma faca velha e enferrujada, mas muito boa no corte. As luzes da esperança voltaram-se, eu sentia as emoções correndo por minhas veias sujas, era uma amargura real, e eu me sentia por completo. Caminhei junto dela, e nos dirigimos até o centro da sala principal. Não haveria palco melhor para um momento tão... perfeito. Era ali, e eu sabia. Aquele era o lugar em que eu abriria as portas para uma vida menos infeliz. Acabo de cravá-la em meu peito. Este sofrimento me parece tão real, que mal posso imaginar que estou vivendo meus últimos segundos. Ah, antes que eu vá, gostaria de lhe dizer que não a esqueci por um segundo. Guardei as cartas, todas as cartas. Bom, sinto que meu sangue se escassa e estou certo de que o tempo é agora bem curto. Até as luzes da treva. Até um dia. Não se entristeça. Estou bem. Estou triunfando como nunca em toda esta inútil vida ..

Giovana da Rocha

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Conto - I

Eu estava aqui, sentada no banco do jardim. Um picolé na mão, uma caneta e algumas folhas para anotação.
Pensava na vida enquanto as estações passavam. E o que via de mais importante, eu registrava.
Enquanto roseiras floriam e murchavam, aqui eu estava. Enquanto sois nasciam e se punham, eu aqui permanecia. Do picolé, somente o palito restava. Das folhas, algumas em branco, e outras já ocupadas. A caneta, qualquer indivíduo jurava permanecer intacta. Mal informado aquele que assim pensou. Assim como o tempo que vai, a tinta se esgota, reduz gota a gota, até que a última palavra, ela registra. E mais nada.
Quando me dei conta, estava a ver pássaros felizes a voar no verão. Pus-me em pânico. A caneta dava sinais de que a tinta estava a secar. E então, as árvores me cobriam de secas folhas, e não era preciso me dizer. Eu sabia que era o outono quem estava a chegar. Das folhas, em branco somente uma restava.
Mais tarde, os pássaros que aqui sentada eu antes via, realizavam o vôo de despedida. Peguei a caneta, a folha e a esperança que me restava. Era preciso registrar toda a passagem de um triste, gélido inverno. Foi aí que notei. Eu estava despreparada. Da minha caneta pouco restava, enquanto havia uma folha inteira a ser preenchida. 

(Percebi então que na vida nada se deixa para a última hora. Aprendi que não se pode contar com uma única opção.) A caneta? secara. A folha? nua, sem nada. E eu? solitária, acompanhada somente de um banco, pagando pelo preço do comodismo. Muito a ser visto, nada a ser registrado. Para mim? estava tudo acabado.

Giovana da Rocha

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

-------------------------------Infância--------------------------------


Sinto falta da criança
Dos brinquedos
Dos dias sem preocupação

Me faz falta o mertiolate 
Que me tirava a dor do coração

Saudades de quando as responsabilidades
Eram arrumar a bagunça
E não esquecer de organizar a coleção

Tudo era alegria
Amizades eram sinceras
E de mentira, somente a brincadeira

Infância, querida infância
Como foi bom tê-la vivido

Hoje o tempo passou
Mas acho que um pouco disso tudo
Em mim continua bem vivo,
No lado esquerdo do peito,
Aqui no coração


Giovana da Rocha

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Enquanto houver vida, haverá tempo

E no fim, você termina onde começou. Tenta, tenta.. mas vê que nada mudou. Sai em busca de um lugar melhor porque não se sente completo onde está.
Mas onde? Onde poderia estar a felicidade plena? Se você pudesse me dizer mais de você... mas só o que ouço é o silêncio, um amargo não ouvir e aquele atormentante desconhecimento.
Mas como viver algo sem saber? Não posso seguir assim, vendada por mistérios de fazer olhos e corações sangrar. O problema é a escuridão. Não me sinto bem com realidades ocultas, com o mistério do desconhecido. Querido, acenda a luz de sua vida, aproveite e me tire daqui. Meus olhos só choram e a boca só sabe clamar por uma saída. Será que não vê que comigo não estará sozinho? É difícil, mas não pode continuar assim... estamos indo juntos para o mesmo abismo; caminhamos para um triste, infeliz e eterno fim.
Deixa-me guiar um pouco, quero ser a estrela guia e podemos, por que não?, encarar o mundo novamente... Não sei como, mas há de ter alguma maneira. O mundo não pode ser só esse ir e vir sem sair do lugar, sem ir para lugar algum. Eu sei que podemos tirar as correntes e os medos que amordaçam nossas almas. Vamos caminhar e, com as chances que restaram, ir de encontro com a felicidade... se esse for o fim esperado, se for esse o fim que tanto ambicionávamos.

Giovana da Rocha

sábado, 22 de setembro de 2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Vida, inconstante por natureza

Crise existencial? Não sei. Não me reconheço. Quem sou eu? Digamos que eu responderia "eu". Estranho. Parece que sei, mas não sei não. Se lhe perguntam quem é você, você responde o que? Eu? Vago, muito vago. A essência? A necessidade? Para que fins uma pessoa vem a existir? Não sei. Preciso saber. Mas eu nem me conheço. A melodia soa. A vida corre. O tempo se esgota. Permaneço estagnada. O fim se aproxima. Continuo constante. Tudo vai, tudo volta. Mas... e eu? O que faço? Para onde vou? Permaneço no mesmo lugar? Naquele de que nunca sai? Instinto. Não tenho. Se tenho, é falho. Bem que eu poderia ter. Eu sei. Sei que o mundo é egoísta. Inúmeros são os rostos que me olham, mas poucos são aqueles que algo me dizem. Só o que vejo é um puro, total e completo vazio. Será  que não percebem a aflição de um eu que não se conhece? Por Deus, a angústia tortura. Respostas. Respostas. Por que não as tenho? Não sei. Só sei que a dor machuca e que a frustração é traidora. Mas isso é pouco. Para mim não basta. Não aceito meias verdades. Não aceito meias mentiras. Porque não conhecer a si próprio é como estar e não estar. É como perder a noção. Não conhecer a si próprio é como ser. É como ser sem nunca saber que um dia existiu.

Giovana da Rocha

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Certas pessoas ultrapassam qualquer fronteira. Alguns nascem para brilhar. Há uma sinfonia, mas não são todos os que ouvem. O brilho. Sim, o brilho. Uma pessoa. Mil estradas. Um caminho. O sucesso vem. O fracasso vai. Estranho, momentos fluem. Mas a memória persiste. O mundo dá voltas. E eu vou junto. Penso. Penso. Penso. Mas nada concluo. Sim, deve ser a estrela da sorte. Alguns nascem com ela. Alguns não. O mundo é incerto. Talvez não nessa, nem na próxima. Ao acaso o destino pertence. E a sorte? Ah, esta eu não sei. Talvez um dia. Talvez nunca. Quem sabe um dia. Nesse vai e vem, um dia o mundo há de se mostrar.

Giovana da Rocha