Você não só me acompanha
Como uma brisa que quieta soa
Você é o som que destrói meus ouvidos
Você é quem age por mim
E ainda se diz boa
Diz que me estranha
Que em mim não mais há vida
Quer saber? Pode até ser,
Talvez eu mereça mesmo
Ter meu coração em suas mãos
Mas à traidores eu não deveria dar ouvidos
Você desgraçou o que me restava
Sempre dizendo,
Dizendo que me estranhava
Ó fel, ó amargura,
Aqui quem fala é a revolta
Que hoje transborda em veias
sujas
Sou o veneno de cobra criada
Que você fez questão de inocular
Aqui quem fala é o fantoche
Aquele mesmo,
O protagonista de seus rituais
E se me permite, agora lhe digo:
O inferno será tua vida
Porque foi ele quem fez da minha
Nada mais do que restos e cinzas
Minha cara,
O tempo passa, mas as memórias ficam,
As feridas perpetuam,
E coração não regenera
Por isso,
É com sangue que agora lhe escrevo,
E com sangue eu hei de me vingar
Não lhe deixarei nada
Nada além do líquido que te envenena
Porque o que é seu já está guardado
E o que se guarda não se joga fora
Nas premissas de minha jura,
Sei que vou logo poder lhe anunciar:
O que te espera é a
podridão,
A podridão dos que habitam
Dos que habitam o vale dos esquecidos
E é lá que permanecerás,
Onde não mais irá reinar
E não mais destruirá a preciosidade
A preciosidade que é um coração de menino
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha