Que o Natal possa torná-los ainda mais felizes e repletos de realizações. Mas, é por meio deste, que venho também pedir um, ou quantos for preciso, minuto de silêncio por todos aqueles que se encontram em condições de miséria, pelas crianças que não conhecem os presentes do 'bom velhinho', por todos os que embora sem muito o que agradecer sabem o que é espírito natalino. Mais compreensão, carinho, amor, PARTILHA. Este é o Natal que desejo à todos vocês.
Pesquisar este blog
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
domingo, 23 de dezembro de 2012
A Morte é a Única Certeza
Pelas frestas da janela, raios de sol invadiam o quarto. O dia estava a surgir. Incomodados, meus olhos forçaram-se para abrir. Aquele era mais um dia de possibilidades. Prontifiquei-me para que levantasse com um pulo. Estava despertada para a vida e aquilo me fazia bem. Nenhum segundo podia ser perdido. A felicidade quando vem deve ser agarrada e vivida até o dia em que se vai. Eu sabia que aquilo tudo não seria para sempre, que um dia nos separaríamos, que as coisas não ficariam tão bem. Dancei, viajei, vivi. Aproveitei como se cada momento fosse o último. Aqui, agora, com todo o tempo e ausência do que fazer do mundo só o que faço é lembrar. Lembro-me de cada momento, dos sorrisos, dos beijos. Dói o coração pensar que vivemos juntos e que agora, meu parceiro é a solidão. A vida é traiçoeira, a onda que te trás boas coisas é a mesma que te leva tudo e um pouco mais. Sei lá, talvez seja esse o sentido de viver. Sobreviver dia mais dia, e preparar-se para as perdas. Nesse jogo, ninguém sai impune. Não há trapaças que resolvam os problemas nem jogada mestra que o faça vencer. Somos todos perdedores cujos finais são sempre os mesmos. Escravos desta, não escapamos sequer da morte.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Love is a flower
Satisfaço-me com uma simples carícia, desde que vinda de alguém que me queira bem, que me deseje feliz. Não é preciso muito. Não lhe peço nada que dinheiro compre. Considero-me feita com um presente de amor. Para isso, é só procurar com carinho. Vá até um canteiro, pegue e me dê a mais meiga flor.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
Na vida percebemos que não dependemos de ninguém, apenas de nós mesmos. Notamos que nem sempre aqueles que consideramos de grande valor nos dão devida importância... Mas, acima de tudo, são estes que nos mostram que para seguir em frente só é preciso se amar, confiar em si mesmo e prosseguir, não importa quem atrapalhe ou o que aconteça. Levanta. Continua. Você está indo bem! Mas corra, porque o tempo.. Ah, o tempo... ele não para!
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
----------------------Um par de diamantes---------------------
Apareceu do nada,
Se revelando através da pessoa errada,
Disse amar sem saber,
Se apaixonar só por falar,
A cada dia, novas juras de amor a dizer,
Dizendo ela ser o que ele sempre desejara
Porém, foram estas as piores mentiras
Que seu coração já ouvira
Tão próximos, tão distantes
Infortúnios os impediram de se encontrar,
E o tempo o levou
Oh, pobre coração... como se magoou,
Como se enganou,
Como pôde acreditar que o príncipe dos sonhos desejaria
A pobre donzela, simples plebeia?
Que se apaixona,
Acredita num amor tão lindo quanto o seu...
Sendo que não há príncipes encantados,
A não ser em filmes, onde tudo termina feliz
Com os dois corações se refletindo,
Como os diamantes que acreditou existir
Mas, o coração ainda hoje pertence à ele,
Sendo servido à nobre rejeição
Que o cospe por não ser bom o suficiente
O príncipe? seguiu seu caminho, ignorando a plebéia
Assim como reis desfazem de seus súditos
Ele está dando uma festa em seu reino,
E a plebeia a chorar prantos incessantes em seu casebre,
Reza para seu Deus pedindo um outro par para seu diamante
Quem sabe um diamante plebeu...
Quem sabe de um bobo da corte?
Assim como ela: boba, que diverte o príncipe,
Fazendo-o rir junto com os convidados.
Plebéia
Giovana da Rocha
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
É difícil ser você numa sociedade que censura o diferente. É difícil encontrar alguém que valha a pena num agrupamento de valores distorcidos. É difícil sobreviver às infâmias e ciladas que a vida lhe impõe. Não é fácil manter-se em pé, quando o que mais querem é te ver caindo. Mas, somente o simples fato de assim se posicionar dispensa qualquer tipo de atitude que vise reconhecimento externo. Você se constrói naquilo que chamamos de interior, e lá, não haverá platéia para lhe aplaudir. Este sim, é um valor digno de lhe conceder o direito de acreditar; acreditar que da sua parte o melhor já foi feito, e que os alicerces estão perfeitos para a construção de um eu verdadeiro.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Enlace
venha cá
e mostre que me merece
diz que sou sua querida
e minha tarefa será
amar-te pro resto da vida
Giovana da Rocha
e mostre que me merece
diz que sou sua querida
e minha tarefa será
amar-te pro resto da vida
Giovana da Rocha
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
High price
Nada vem no momento e da forma que ansiamos. Antes, esforço e suor. Depois, a colheita.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Eu, para sempre eu
Sinto muito, muito mesmo. Não dá para deixar de ser essa louca esquecida assim, de uma hora para a outra.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Infinito aprender
Quando na vida parece que não há mais nada a ser visto, notamos que apenas começamos a viver.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Filha do Mar
Em passos largos andava sem rumo neste imenso Rio de Janeiro. Eu era vítima da vida, e quanto a isso nada podia fazer. Buscava um lugar que me fizesse ao menos por um tempo esquecer. Esquecer das mágoas, das pessoas, daquilo que me feria. Enquanto estava a correr, tropeçava e, muitas vezes caía. Com a voz rouca, fazia questão de gritar. Os gritos são a libertação de uma alma infeliz. E esta não é uma noite qualquer. Eu quero e sei que é possível me libertar. Já é tarde e todos já se recolheram. Donas de casa estão tendo o descanso de um dia exaustivo. Os maridos recompõem energias para mais um dia de serviço. Os filhos, na certa, já dormiam desde bem antes. Eu e os sentimentos éramos os únicos. Um atormentado ser, a fúria, a revolta, o inconformismo. Situação como essa? Não, não é de se conformar. Por que deveria eu passar por isso? Me diga, gostaria de saber o porquê de tal sofrimento. Estou acorrentada e percebo que as chances estão cada vez mais escassas. Sou prisioneira de uma alma infeliz, insana, desesperada. Meu corpo, já sujo, veste uma velha e larga blusa de algodão, além de uma desbotada saia de chita. Os pés? Nada. É claro que não calçam nada. É preciso correr, fugir. Somente pés descalços se adaptam a isso. Dias? Meses? Há quanto tempo estou assim? Sem casa, de bolsos vazios, nada para comer. Há tanto venho sofrendo, que lembrar de mim mesma é raro. Acabo de notar que passo sede, fome. As pessoas só veem a si mesmas. Compaixão? O que é isso? O mundo é egoísta, sem fé. A esperança nada custará a morrer. É, não há mais nada a ser feito. O jeito é antecipar o que cedo ou tarde há de vir. É só caminhar um pouco mais, que será possível ouvir as marés. Lá encontrarei o meu conforto. Preocupo-me. Não sei se consigo chegar. As forças são poucas, os pés custam a andar. Sinto o peso da idade e de um corpo sem forças. Tento acreditar que pouco me falta para chegar em meu destino. Mar que refresca, meu berço querido! Ainda possuo esperança, sei que posso te encontrar. Mas, estás tão... longe. O coração cansa de bater. Minh'alma desiste de viver. Espera. Ouça, Mariana! As ondas, o mar. Corre! Só mais alguns passos e... Ah, areia carioca, és tão única. Acalma o corpo, tranquiliza a alma. Agora, é questão de tempo. As ondas hão de se aproximar. Esta é a minha certeza. Aqui, nada mais temo. A morte não me dá medo. Serei bem recebida, serei abraçada por este imenso mar de Copacabana.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
domingo, 9 de dezembro de 2012
-------------------------------Saudade------------------------------
Saudade dos tempos, dos passos,
Dos dias que contigo passei
Saudade é dor que nasce
É dor que não se conforma
Sentimento de quem não aceita
Se lembrar de alguém
Que um dia foi muito
E que não se pode viver sem
Saudade é não poder olhar fundo nos olhos
Que te tiram os eixos e te perdem na alma
Saudade dos dias contados
Dos minutos que distante de ti
Me custavam a passar
Saudade do tempo
Que contigo os dias voavam
E as horas pareciam velozmente correr
Me faz falta aquela loucura boa
Que me estonteava
Que me tirava da vida
Que me punha a viver
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
Reflexos de Um Eu
E aonde quer que eu ia, estava certa de que a vida me acompanhava. Mesmo que embalasse os problemas, estes não me largavam. Eu sabia que enquanto caminhava, como pedras, nos problemas meus pés tropeçavam; como uma sombra a vida me perseguia. A cada tropeço, feridas no corpo, na alma, na vida. Silenciosa, ela não refletia nada além do que por mim um dia havia sido feito.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
sábado, 8 de dezembro de 2012
Is it Me?
Contraditoriamente tão sã, tão louca. Discretamente apimentada, dona de um doce amargo existir.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
Inevitável Desconhecer
Já era tarde, a cidade estava morta, a rua sem nada, a casa sem ninguém. A alma estava distante, meio que adormecida. Estava cansado de brigar com o sono, que tão cedo não viria. Na sala, um livro aberto, a xícara de café, o cansaço de uma vida, o sofá, um tédio que persistia. No relógio, ponteiros que corriam contra o tempo. Ia até o espelho e me olhava. Eu era vítima do tempo, da vida. Rugas e olheiras faziam parte de mim, e isso não dava para negar. Lembro-me até hoje do dia que o sofá daqui, desta sala, foi comprado. Era um grande sofá branco, com aconchegantes almofadas. O que hoje vejo não passa de um móvel encardido, sem um dos pés, com almofadas e encosto rasgados. Dói crer que todos caminhamos para um inevitável fim. Os passos. As lágrimas. Os sorrisos. Cada gesto, cada ação. Tudo está cada vez mais próximo do fim. Inesgotável, inevitável, incontrolável. Acabo de perceber que a vida aqui está para ser vivida. Começo um livro, mas não sei se termino. Construo sonhos, pensando se terão tempo de se concretizar. É incerto viver. Viemos para um mundo que não nos avisa o porquê e nem para quando o fim está traçado. A incerteza corrói e alucina o coração. Mas, isso é viver. Viver passa daquele mero existir. Viver ultrapassa qualquer explicação. Nascemos sem saber, crescemos aprendendo. Devemos correr do tempo, evitar os desperdícios. Não sabemos qual é o nosso tempo, se este pode ser poupado. Talvez a vida nos guardou um longo existir, com muito a ser visto, muito a ser admirado. Mas talvez este seja um de nossos últimos dias. Nossa história deve ser escrita um dia após o outro, com cada momento vivido nada mais e nada menos que essencial e maravilhoso.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Conto - III
"Quando me dei conta, estava a pensar nas estrelas. Não conseguia me esquecer de seus brilhos. Era aconchegante repousar-me no chão do asfalto e ser abraçado pelo calor delas. O dia era bom, mas a noite me fascinava. Todo amanhecer era acompanhado pela expectativa louca para a chegada do anoitecer, que viria mais uma vez. Me sentia bem, eu sabia que a noite era a minha certeza. Ela nunca me abandonaria, ela estaria de volta todos os dias. No dia, as dores e sofrimentos de todo um mundo. Na noite, o esquecimento de toda uma infelicidade, a oportunidade de esquecer tudo." Pedro
Ainda no tempo de brincar de pega-pega, esconde-esconde e pular corda, o bairro Volta Alegre era repleto de crianças felizes, adultos feitos e adoráveis idosos. Pedro saía da escola e ia direto para casa. Dona Lurdes já estava com o almoço pronto, a preparar um suco de laranja. Enquanto isso, seu Valdecir engraxava os sapatos, que usaria em mais um dia de serviço. Após o almoço, o garoto ia para as ruas, brincar com os amigos do bairro. Pedro ia até seu quarto, pegava a bola laranja, a corda e alguns carrinhos de mão. Com uma sacola, levava-os até a calçada, onde os amigos que estavam sentados esperando por Pedro, iriam brincar.
À noite, chegava cansado, com os pés encardidos e a roupa suja de terra. Divertia-se tomando banho dentro do tanque de lavar roupas, limpando os pés com um escovão. Depois do jantar, a hora de dormir. Era o momento mais prazeroso do dia. Seu Valdecir deixava Pedro escolher um livro, contava uma história e contemplava a noite junto ao filho. E antes que este dormisse, dava-lhe um beijo, e dizia: "Filho, o amor do papai e da mamãe estará sempre contigo, ali na maior e mais brilhante estrela. Entre as Três Marias e do Cruzeiro do Sul." Então, o menino cerrava os olhos, satisfeito por aquele divertido dia, lembrando-se das estrelas que ele e o pai haviam visto através da janela.
Divertidos foram seus seis anos de idade, época em que ainda não tinha muito com o que se preocupar.
Mas, exatamente há dois anos, Pedro não mais vê seus pais. Lurdes e Valdecir desapareceram, provavelmente em um acidente, quando voltavam de um passeio em Juazeiro. A notícia abalou o coração do menino, e Pedro passou dias e noites a chorar. Seu único parente próximo era um tio, que o acolheu por quinze dias em sua casa. Mas o homem não queria tornar-se responsável pelo garoto. Pedro foi então levado para o orfanato Recanto da Paz. Lá ele viveu até completar a maioridade. Em doze anos, nunca se esquecera das noites que dormia ouvindo histórias contadas pelo pai. Nunca se esqueceu de olhar as estrelas e encontrar a mais bela e brilhante, a estrela de seus pais.
Foram anos sofridos, vividos ao lado de garotos como ele: sem pai, sem mãe, sem muito amor.
Com dezesseis anos, Pedro conheceu Luiza, uma garota que havia perdido a mãe há cerca de um mês. Luiza era menina de um corpo esguio, cabelos loiros e olhos verdes. Revoltada com a vida e a situação, passou dias em sua cama, evitando conversa com todos que tentavam se aproximar.
Após alguns dias, depois de pegar sua bandeja com a refeição do almoço, ao virar-se para se sentar, esbarrou em Pedro. A garota não se conteve. Com uma expressão divertida ao vê-lo encoberto por macarrões e molho, soltou uma gargalhada. Quando se deram conta, estavam a rir juntos. Naquele dia, Pedro e Luiza almoçaram juntos e, a partir de então, tornaram-se amigos, parceiros em tudo. Na virada de um sábado para domingo, esperaram todos dormirem. Pularam a janela de seus quartos e se encontraram no jardim da frente. Deitaram juntos no gramado, e Pedro pôs-se a contar sobre seus pais, a dizer sobre as estrelas. A garota o ouvia com toda a atenção, ao passo que trocavam alguns olhares perdidos. Deram-se as mãos. Pedro envolveu Luiza em seus braços. Quietos, com olhares fixos, os dois se descobriam. Não tardaria muito para perceberem que estavam apaixonados. A noite passou e Luiza dormira em seus braços. Ao amanhecer, acordou assustada. Deu um tímido beijo em Pedro, que ainda dormia, e saiu correndo. A partir de então, todos os dias eram dias de fugir para encontrar-se a noite, deitar no gramado, trocar carinhos e beijos.
Pedro e Luiza completaram dezoito anos e estavam livres para a vida. Andaram juntos até a noite cair. Deitaram-se no asfalto, olharam-se por um momento. Pedro se levantou e pediu para Luiza esperar. Em pouco tempo, estava de volta. Na mão, uma rosa roubada. No coração, os mais sinceros sentimentos. Pedro sabia o que iria fazer. Esperou o anoitecer para que com o brilho da noite, fossem abençoados pela estrela de seus pais. Pediu Luiza em namoro. A jovem, com uma certeza de mulher, respondeu: "Sim, Pedro. Serei sua mulher, e você o meu homem." Declarados um só, no calor dos corpos e no brilho da noite, celebraram um infinito e eterno amor. Pedro e Luiza celebraram uma longa noite que não iria acabar.
Giovana da Rocha
Ainda no tempo de brincar de pega-pega, esconde-esconde e pular corda, o bairro Volta Alegre era repleto de crianças felizes, adultos feitos e adoráveis idosos. Pedro saía da escola e ia direto para casa. Dona Lurdes já estava com o almoço pronto, a preparar um suco de laranja. Enquanto isso, seu Valdecir engraxava os sapatos, que usaria em mais um dia de serviço. Após o almoço, o garoto ia para as ruas, brincar com os amigos do bairro. Pedro ia até seu quarto, pegava a bola laranja, a corda e alguns carrinhos de mão. Com uma sacola, levava-os até a calçada, onde os amigos que estavam sentados esperando por Pedro, iriam brincar.
À noite, chegava cansado, com os pés encardidos e a roupa suja de terra. Divertia-se tomando banho dentro do tanque de lavar roupas, limpando os pés com um escovão. Depois do jantar, a hora de dormir. Era o momento mais prazeroso do dia. Seu Valdecir deixava Pedro escolher um livro, contava uma história e contemplava a noite junto ao filho. E antes que este dormisse, dava-lhe um beijo, e dizia: "Filho, o amor do papai e da mamãe estará sempre contigo, ali na maior e mais brilhante estrela. Entre as Três Marias e do Cruzeiro do Sul." Então, o menino cerrava os olhos, satisfeito por aquele divertido dia, lembrando-se das estrelas que ele e o pai haviam visto através da janela.
Divertidos foram seus seis anos de idade, época em que ainda não tinha muito com o que se preocupar.
Mas, exatamente há dois anos, Pedro não mais vê seus pais. Lurdes e Valdecir desapareceram, provavelmente em um acidente, quando voltavam de um passeio em Juazeiro. A notícia abalou o coração do menino, e Pedro passou dias e noites a chorar. Seu único parente próximo era um tio, que o acolheu por quinze dias em sua casa. Mas o homem não queria tornar-se responsável pelo garoto. Pedro foi então levado para o orfanato Recanto da Paz. Lá ele viveu até completar a maioridade. Em doze anos, nunca se esquecera das noites que dormia ouvindo histórias contadas pelo pai. Nunca se esqueceu de olhar as estrelas e encontrar a mais bela e brilhante, a estrela de seus pais.
Foram anos sofridos, vividos ao lado de garotos como ele: sem pai, sem mãe, sem muito amor.
Com dezesseis anos, Pedro conheceu Luiza, uma garota que havia perdido a mãe há cerca de um mês. Luiza era menina de um corpo esguio, cabelos loiros e olhos verdes. Revoltada com a vida e a situação, passou dias em sua cama, evitando conversa com todos que tentavam se aproximar.
Após alguns dias, depois de pegar sua bandeja com a refeição do almoço, ao virar-se para se sentar, esbarrou em Pedro. A garota não se conteve. Com uma expressão divertida ao vê-lo encoberto por macarrões e molho, soltou uma gargalhada. Quando se deram conta, estavam a rir juntos. Naquele dia, Pedro e Luiza almoçaram juntos e, a partir de então, tornaram-se amigos, parceiros em tudo. Na virada de um sábado para domingo, esperaram todos dormirem. Pularam a janela de seus quartos e se encontraram no jardim da frente. Deitaram juntos no gramado, e Pedro pôs-se a contar sobre seus pais, a dizer sobre as estrelas. A garota o ouvia com toda a atenção, ao passo que trocavam alguns olhares perdidos. Deram-se as mãos. Pedro envolveu Luiza em seus braços. Quietos, com olhares fixos, os dois se descobriam. Não tardaria muito para perceberem que estavam apaixonados. A noite passou e Luiza dormira em seus braços. Ao amanhecer, acordou assustada. Deu um tímido beijo em Pedro, que ainda dormia, e saiu correndo. A partir de então, todos os dias eram dias de fugir para encontrar-se a noite, deitar no gramado, trocar carinhos e beijos.
Pedro e Luiza completaram dezoito anos e estavam livres para a vida. Andaram juntos até a noite cair. Deitaram-se no asfalto, olharam-se por um momento. Pedro se levantou e pediu para Luiza esperar. Em pouco tempo, estava de volta. Na mão, uma rosa roubada. No coração, os mais sinceros sentimentos. Pedro sabia o que iria fazer. Esperou o anoitecer para que com o brilho da noite, fossem abençoados pela estrela de seus pais. Pediu Luiza em namoro. A jovem, com uma certeza de mulher, respondeu: "Sim, Pedro. Serei sua mulher, e você o meu homem." Declarados um só, no calor dos corpos e no brilho da noite, celebraram um infinito e eterno amor. Pedro e Luiza celebraram uma longa noite que não iria acabar.
Giovana da Rocha
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
. I .
E percebi
Que uma pessoa sem tristezas
Não é capaz de encontrar suas grandezas na simplicidade
E aprendi
Que em uma vida feita somente de alegrias
Não se sabe o que é aprender a partir da infelicidade
Percebi que uma vida sem inimigos
Não ensina a ninguém a arte de lidar com as pessoas
Pois a vida é feita de momentos,
De risos, de choros
Pois a vida é feita de sonhos
Felicidades, desapontamentos
Desamores, amores
Alegrias e dores
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Epifania
Persistir, tropeçar, cair, encarar, levantar, erguer a cabeça, sorrir, e prosseguir.
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
Assinar:
Postagens (Atom)