Pesquisar este blog

domingo, 23 de dezembro de 2012

A Morte é a Única Certeza

Pelas frestas da janela, raios de sol invadiam o quarto. O dia estava a surgir. Incomodados, meus olhos forçaram-se para abrir. Aquele era mais um dia de possibilidades. Prontifiquei-me para que levantasse com um pulo. Estava despertada para a vida e aquilo me fazia bem. Nenhum segundo podia ser perdido. A felicidade quando vem deve ser agarrada e vivida até o dia em que se vai. Eu sabia que aquilo tudo não seria para sempre, que um dia nos separaríamos, que as coisas não ficariam tão bem. Dancei, viajei, vivi. Aproveitei como se cada momento fosse o último. Aqui, agora, com todo o tempo e ausência do que fazer do mundo só o que faço é lembrar. Lembro-me de cada momento, dos sorrisos, dos beijos. Dói o coração pensar que vivemos juntos e que agora, meu parceiro é a solidão. A vida é traiçoeira, a onda que te trás boas coisas é a mesma que te leva tudo e um pouco mais. Sei lá, talvez seja esse o sentido de viver. Sobreviver dia mais dia, e preparar-se para as perdas. Nesse jogo, ninguém sai impune. Não há trapaças que resolvam os problemas nem jogada mestra que o faça vencer. Somos todos perdedores cujos finais são sempre os mesmos. Escravos desta, não escapamos sequer da morte.

Giovana da Rocha

Um comentário: