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sexta-feira, 6 de julho de 2018

I miss you

Where are you that touched my wounds without them opening? Where are you who thinks I runned away when I was running from Ghosts? Where did you go? Can I reach you if I run from here, right now? It would be amazing to split the way by your side. I could tell you my story... I would do my best to seem less confusing, or troubled!

I would speak about the parts that hurt me. And take the risk of exposing myself by pointing out every detail that matters. Oh, my darling, I lived so many horrors that I'm afraid, too afraid of them repeating. I feel a constant fear of having my weakness exposed.

Please try to understand: I knew a lot of dirt.
Not because I wanted to. Actually, I didn't want to, but they chose not to hear me. I was clean, and suddenly I was dirty. First, they blocked my mouth from screaming. And held me so strong ... that I could not escape.

Oh, it's so much thing. I think I'd get lost in the beggining. But truth is that, from that moment on, I always run away. Cause people seem evil and I'm not used to good things happening to me.

Forgive me... please, for the good I have not done. I was looking throw your good eyes and trying to find some devil inside. I was too afraid of the potential bad you could also do to me.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Semana passada, o morro do Azulzinho teve suas estruturas abaladas. As chuvas torrenciais fizeram um grande estrago. É tanto pesar... acaba comigo ver tantas lágrimas escorrendo por rostos que mereciam estar felizes. A reportagem que fiz foi há exatos sete dias, e aquele cenário mantém-se vivo em minha mente. Posso ver com a nitidez de quando estive diante daquele caos. Não é possível, não é justo tamanha dor. Por isso digo que há algo de belo nisso. Confio que há. Foi uma tempestade muito forte, lares desmoronaram, a cidade alagou-se. Dezessete mortos e centenas de feridos. Deus não seria tão indiferente!
Deve haver algo de bonito nisso. Veja bem: ainda ontem, Dona Maria, que está hospedada em casa, contou que perdeu quase todos os seus móveis devido à queda do teto da casa. Disse que nem viu nada disso acontecer. Estava apavorada procurando seus meninos pela rua... eles tinham saído horas antes pra brincar. Azarada ou sortuda? Bem, ela perdeu tudo, mas se não tivesse saído, talvez fosse mais um número das estatísticas de mortos e feridos. Não estou dizendo que acho bom qualquer que seja o tipo de tragédia. É só que não seria justa a vida se só trouxesse dor.
Ela machuca, mas traz coisas belas após. Ela leva muito, mas o pouco que resta, seja a esperança de um amanhã melhor, seja o apoio de amigos e familiares queridos, ou mesmo uma lembrança boa... tanto faz! O fato é que nesse instante em que nos vemos sem rumo e nos deparamos com a saída toda apagada, as boas escolhas surgem. Nessa hora, entendemos com maior clareza o que importa e o que pode ficar para depois.
Quando sobrevivemos a algo que abala nossas estruturas e sufoca nossas entranhas a ponto de pensar que não será possível sobreviver, nos vemos na obrigação de fazer algo, de rascunhar um novo início, de mudar. Vemos que ainda não fizemos e nem fomos o suficiente. Passamos a dar mais tempo e carinho àqueles que nos amam porque já sentimos na pele o sopro que a vida dá. E finalmente entendemos que quem está aqui hoje, não há garantias de que amanhã vá estar. A gente percebe o quão importante é investir em quem somos, lutar pelo que acreditamos e dedicar-nos mais a quem amamos. Que todo o resto, apesar de importante, podemos deixar para depois.
Há uma semana, inúmeras almas tiveram suas vidas abaladas. Precisaram reerguer suas casas. E reescrever suas histórias. É tanta gente corajosa buscando força que posso sentir daqui. É um povo lindo. Eles vão cuidar de si, e vão deixar o Azulzinho ainda  mais bonito. E como eu sei disso tudo? Porque é um povo forte. Têm sangue de guerreiros.
Anota aí: o povo resiste. O morro resiste. E amanhã, eu juro, o dia nascerá melhor.