Ela era nuvem. E sabia chover como ninguém.
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sábado, 9 de setembro de 2017
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
Já se foi o tempo de chuva
Hoje o céu amanheceu tão lindo e claro. Já se foi o tempo de chuva... e também o de chorar. Olho para o espelho e me vejo mais segura. Olho para o céu e me sinto grata. Sinto uma energia boa que, feito música, me faz vibrar. Começou por dentro e foi envolvendo-me, até a pele arrepiar... depois tirou-me da cama e me colocou pra dançar.
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Semiologia da Bad
Dentro do peito tem um espaço
Todo oco à percussão
A ele associa-se uma dor paroxística
Às vezes em aperto, outras em queimação
Também tem uma massa na garganta
Tão grande e compressiva,
Que deixa o ar pesado e difícil de passar
Talvez algum envolvimento no SNA
Já que os olhos andam muito encharcados
Difíceis de secar
Fora isso, uma considerável hipotensão
Por perda volêmica, chega a ser fácil pressupor
Inúmeros vasos extravasando sangue
Pros interstícios e cavidades dessa alma
Toda chocada, difícil de estabilizar
Disseram para ficar calma
Que é assim que ela se limpa
E que esse mal não costuma matar
Mas não me foi dito o mais importante:
Quanto tempo será preciso
Pra que o quadro se estabilize
E que eu enfim possa me curar
Todo oco à percussão
A ele associa-se uma dor paroxística
Às vezes em aperto, outras em queimação
Também tem uma massa na garganta
Tão grande e compressiva,
Que deixa o ar pesado e difícil de passar
Talvez algum envolvimento no SNA
Já que os olhos andam muito encharcados
Difíceis de secar
Fora isso, uma considerável hipotensão
Por perda volêmica, chega a ser fácil pressupor
Inúmeros vasos extravasando sangue
Pros interstícios e cavidades dessa alma
Toda chocada, difícil de estabilizar
Disseram para ficar calma
Que é assim que ela se limpa
E que esse mal não costuma matar
Mas não me foi dito o mais importante:
Quanto tempo será preciso
Pra que o quadro se estabilize
E que eu enfim possa me curar
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
Segurança é lugar. É onde você expõe suas feridas e se sente amparado.
Paz é momento. É aquele instante de fechar os olhos e sentir o vento tocando seu rosto, bagunçando o penteado.
Alegria é olhar para dentro de si e sentir-se bem e completo.
Companheirismo é não precisar olhar para os lados pra saber se está acompanhado.
Já a felicidade é aquilo que surge quando você, em paz e satisfeito consigo, sabe que está cercado de pessoas que não ligam para suas marcas e que estariam dispostas a percorrer o mundo ao seu lado.
domingo, 28 de maio de 2017
sexta-feira, 26 de maio de 2017
..
Não perca a doçura
Nunca deixe de amar
Você só experimentou a amargura
De quem não sabe te valorizar
Nunca deixe de amar
Você só experimentou a amargura
De quem não sabe te valorizar
sábado, 20 de maio de 2017
.
I'd rather believe you're a completely sick man.
It would be less painful.
But I'm afraid your problem is in character.
Much worse.
It would be less painful.
But I'm afraid your problem is in character.
Much worse.
VIVER
Viver é
Dar a cara pra bater
É subir no tatame
Sem nunca ter lutado
É carregar as dores do mundo
E não poder enterrá-las,
Em algum ponto do percurso,
Quando já estiver bem cansado
É levar tiros de bala perdida
É apanhar sem meter-se em briga
É ser apunhalado pelas costas
Por falsos amigos
Viver é
Amar e não ser amado
É doar-se e não ser retribuído
É ser lembrado quando precisam
E o resto do tempo,
Ser completamente esquecido
Viver
Não é mesmo fácil
Dá vontade de sumir, fugir
E mandar tudo à merda
Viver poderia ser,
Num instante de sorte e coragem,
Encontrar um ponto final
Pra colocá-lo no lugar da próxima vírgula
Viver poderia ser,
Graças a esse ponto,
Pôr fim a essa história injusta
Que desgasta tanto
E só nos machuca
Dar a cara pra bater
É subir no tatame
Sem nunca ter lutado
É carregar as dores do mundo
E não poder enterrá-las,
Em algum ponto do percurso,
Quando já estiver bem cansado
É levar tiros de bala perdida
É apanhar sem meter-se em briga
É ser apunhalado pelas costas
Por falsos amigos
Viver é
Amar e não ser amado
É doar-se e não ser retribuído
É ser lembrado quando precisam
E o resto do tempo,
Ser completamente esquecido
Viver
Não é mesmo fácil
Dá vontade de sumir, fugir
E mandar tudo à merda
Viver poderia ser,
Num instante de sorte e coragem,
Encontrar um ponto final
Pra colocá-lo no lugar da próxima vírgula
Viver poderia ser,
Graças a esse ponto,
Pôr fim a essa história injusta
Que desgasta tanto
E só nos machuca
sábado, 6 de maio de 2017
Homens
Os homens sem família
Dormem sem abrigo
Os homens sem amigos
Conversam sozinhos
Os homens descalços
Não se queimam no asfalto
Os homens sem agasalho
Resistem ao frio
Os homens sem dinheiro
Imploram migalhas
São homens de braços fracos
Que lutam pela vida
E homens analfabetos
Com histórias sofridas
São homens:
De olhos, boca
Ossos e carne
São homens que caminham desapercebidos
Homens que carregam histórias
E não as compartilham
São homens cansados
sexta-feira, 5 de maio de 2017
segunda-feira, 1 de maio de 2017
Instante infinito
Tão bons aqueles instantes,
Ainda que breves,
Em que você está no comando
Da própria vida
Você define as rotas
E manda as frotas seguirem
Pelo rumo escolhido
Quem dera pudesse,
Num desses instantes,
Sonhar que tudo é permitido
Eu aprisionaria o tempo
Só pra criar um instante infinito
Tão lindo seria
Para sempre escrever a própria história
Sem precisar mudá-la
A cada pedra que surgisse
Quem dera pudesse,
Sem a interferência de terceiros,
Poder tomar as rédeas,
Ser autor e dono do próprio destino
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
terça-feira, 25 de abril de 2017
Sobrevivência é a lei da vida
Ateio fogo
Incendeio
Maldigo
Destruo
Que vá para o inferno
Que se foda essa desgraça
Que é a vida
Palhaçada
Show de horrores
Tira a gente do berçário
E põe num tatame
Porrada
E mais porrada
Caralho,
A gente é iniciático,
E com quem a gente luta?
Boa noite a todos,
Rede Bobo está no ar
Hoje é dia de MMA
A luta promete
Deem as boas-vindas a
Otário Fracasso
e
Anderson Silva
Otários,
Não preciso de um nocaute
3 a menos dentes, cara inchada
E 2 ossos quebrados
Eu não preciso disso pra aprender
Que sou um bosta
A gente apanha,
E aceita como fato
Alguns se matam
Outros aprendem a bater
Sobrevivência é a lei da vida
Me pergunto
A gente apanha tanto
E não pode nem chorar
Faço monólogos
Podiam ser narrativas, discursos, crônicas
Mas monólogo combina mais,
Espelha-se na vida
Você sabe que ninguém vai ouvir
E os que ouvirem,
Não terão escutado
Então você grita
E nada
Então você escreve
E depois fala sozinho
Você
Pensa mais, por vezes fala
Finge que escreve,
E fala sozinho
Até porque as pessoas têm ouvidos
Mas quem disse que para ouvir?
Que não estou no páreoEnfia um Anderson Silva
A gente leva porrada
E aprende, é fato
Mas q
domingo, 23 de abril de 2017
Black bird
Um passarinho,
Pequeno, preto e triste,
Veio até mim
Trouxe-me um recado cujas linhas diziam:
"Não há coração para toda a dor
Eu entendo, eu entendo a sua dor
Eu não te julgo, menina
Respeito toda e qualquer decisão
São válidas todas e quaisquer estratégias
Contanto que acabem com essa solidão."
Ele era preto, sim
Mas nenhum,
Por mais branco que fosse,
Traria tamanha paz
Giovana da Rocha
Pequeno, preto e triste,
Veio até mim
Trouxe-me um recado cujas linhas diziam:
"Não há coração para toda a dor
Eu entendo, eu entendo a sua dor
Eu não te julgo, menina
Respeito toda e qualquer decisão
São válidas todas e quaisquer estratégias
Contanto que acabem com essa solidão."
Ele era preto, sim
Mas nenhum,
Por mais branco que fosse,
Traria tamanha paz
Giovana da Rocha
terça-feira, 11 de abril de 2017
GRITARIA
Pra quê forçar a voz? Alguém ouviria?
Cordas vocais não são nada quando o mundo é gritaria
.
Voz é barulho, nascido e feito pro silêncio
Entenda.
Não adianta gritar enquanto o mundo for gritaria
Se preciso for, saia
Ou mude-se de lugar
Só não se demore
E não perca tempo onde não podem te escutarGiovana da Rocha
domingo, 2 de abril de 2017
Autodeclarada sobrevivente
Costumava gostar de você
Forte
Prolongado
Leve
Breve
Do jeito que fosse
Eu não pedia muito
Eu só queria senti-lo em mim
Chamava
Nunca vinha
Eu era inteira, mas eu queria aquele sopro
Que me chacoalhasse
E tirasse a poeira
Faltava o sopro,
Sopro que viesse,
Que mostrasse ao mundo para que as cortinas servem
Acostumei-me a ser cortina
- Não de verdade -
Mas cortina de enfeite
Enfeitava sua janela
Enquanto você tirava férias
Ansiosa,
Estática
Perdi a conta:
Foram dias
Tardes
Noites
Vendo através das janelas
Nosso velho jardim
- hoje mato esturricado
terreno abandonado
deserto
semi-árido sem fim-
Ainda não entendo:
Você me escolheu
Dependurou-me
Disse que seria cortina
Que era pra embelezar a casa
Depois calou-se
Tirou férias,
Partiu
O destino? Malibu
Malibu deve ser mesmo linda
De certo, envolvente
Maldita seja
Maldita Malibu
Fiquei triste
Adoeci tentando entender
Você dizia que eu era linda
E que estava feliz com o nosso jardim
Mentiroso
Mascarou a verdade
Mentiu
Não me disse
Por que não contou?
Que minha função era não ser nada?
As férias acabaram
Aguentei firme
Da maneira que pude
Mais dias
Meses
Um
Dois
Três anos
Férias prolongadas
Eu perdoei-te,
O tempo todo
Você brincou comigo,
Mas com o tempo não se brinca,
Ele não perdoa:
Fez ao suporte o que faz com os ossos
E às argolas o que faz aos dentes
Hoje sou o que restou
Autodeclarada sobrevivente
Argola presa à madeira podre,
Que já não segura os panos direito
Houve um tempo
Em que busquei válvulas de escape
Hoje agarro-me na esperança de encontrar
Alguém
Algum ser empático
Que se interesse em ajudar-me a fazer
O que já não consigo sozinha
Alguém que ofereça reparo
A essa destruição que sofrem os seres trocados
Abandonados
Deixados sozinhos
Sem qualquer motivo
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Arritmia
O que tem de café hoje?
Nossa, que fila!
Espera
Espera
E
s
p
e
r
a
Espera
Chega a vez,
Sorri, levanta o crachá,
E diz: Bom dia!
Ele responde: Bom dia!
Meu Deus, como gostaria de explicar
De transformar em palavras o que aconteceu de diferente
Naquele dia,
Naquele bom dia
Coração bateu forte, devagar, rápido!
Arritmia
Quem era esse,
O maluco maravilhoso do bom dia?
Giovana da Rocha
Giovana da Rocha
sábado, 29 de outubro de 2016
APESAR
Apesar da dor,
Giovana da Rocha
Do medo,
Da insegurança
Apesar de tudo,
Das migalhas e da miséria,
Insistia
Tentava
E Fingia
Tentava ser quem não era,
Fazer o que não podia
E crer até no que não cria
Deixava de ser quem era
Só pra ser quem ele gostaria
E, mesmo assim,
Foi pouco,
Muito pouco
E se fizesse mais,
Não seria o bastante
Ele só se contentaria
Quando tirasse dela
Aquele que ainda batia
Giovana da Rocha
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